Lá fora. Chuva densa, fustigada por um vento desordenado, temperada com um frio penetrante, que trespassada a farpela e atinge a derme. Já vi dias piores. Medonhos mesmo. Mas tinha outra resistência, mais família, e mais que fazer do que preocupar-me com os humores da natureza. Este cenário deprime-me. Esforce-me por não ser uma velha piegas, nem demasiado melancólica, mas não há como evitar.
Sozinha entre quatro paredes, recorro aos meus bálsamos: o braseiro, e o xaile que herdei da minha mãe. Agasalha-me os ombros, e estimula-me a alma. Gosto de o cheirar e procurar resquícios amenos dos cheiros do passado. Na memória cabem muitos anos, e fragmentos de recordações atropelam-se. No Natal agudiza-se.
O bafo quente do braseiro estanca a minha tremedeira, e escancara-me os poros por onde entra uma enxurrada de nostalgia. Espalho o borralho, e uma manta sobre as pernas.Concentro-me na melodia cadenciada da chuva, e no estrepitar assimétrico da lenha a arder. Suave, íntima.É reconfortante viver situações destas – não demasiadas vezes, pois a alma não suportaria. Apenas de vez em quando.
Confesso que esta dona Arlapa, me intriga muito
ResponderEliminar. Parece que não é quem eu pensava que fosse; não há duvida que é uma senhora sofisticada,conhecedora do mundo que a rodeia, actual e ao mesmo tempo pretende ser bucólica, simples,e rústica como se houvesse aqui uma antagonia de estilos. Diz ser muito idosa, mas revela uma grande jovialidade de caracter. Os seus textos são maravilhosos, Quem será?
penso que a D. Arlapa é um grupo de pessoas que são e gostam de Pechao e que todos conhecemos bem.
ResponderEliminarsaudações colorosas
Não me importa muito saber quem é a D.Arlpa, importa-me mais que ela continue com o blogue
ResponderEliminarboas festas a todos
Na primeira versão da Arlapa houve uma sondagem para saber-se se a Arlapa deveria ou não revelar a sua identidade, curiosamente ganhou o não por um a margem pequena. Nesse tempo a Arlapa incomodava muito mais o poder instalado pois alguns dos seus posts éra acutilantes e opurtunos e focavam muito do que estava mal na nossa freguesia.
ResponderEliminarÓ dona arlapa, eu não quero acreditar que vendeu a "foice"! ou será que esse amolecimento
ResponderEliminaraparente deve-se ao facto de as coisas estarem bem em pechão? Eu para ser franco tenho de confessar que passo muito tempo sem ir a Pechão
,Mas eu prometo que vou andar mais informado.
Caros amigos
ResponderEliminarÉ verdade que a primeira “versão” da Arlapa, continha mais posts “ acutilantes e oportunos que focavam o que estava mal na nossa Freguesia”. Mas também é verdade que os leitores que me enviavam essas notícias deixaram de o fazer. E eu, não tenho vocação, nem idade, para andar armada em “paparazzi”. Enviem-me uma foto, e um tópico, de uma situação passível de ser comentada, e terei o maior gosto em pô-la á discussão.
Nunca foi, nem é, minha intenção incomodar ou desacreditar alguém. Antes pelo contrário. Procuro valorizar a minha terra e as minhas gentes. Nem sempre o consigo, mas isso deve-se à minha falta de jeito. Afinal, isto é um blog calmo, amável, que fala de futilidades, às vezes informativo, outras nostálgico, mas também interessado nos problemas da Freguesia.
Além disso sou de estatura frágil e de estatuto insignificante, não tenho partido, nem amigos influentes, e com muitos anos para trás e poucos pela frente, que posso eu temer?
Mosse ó anónimo das 17,34
ResponderEliminarExplica-me lá como se eu fosse muito burro o que é isso do "poder instalado"
Ti João
Mosse ó tio João, Então não sabes o que é o poder instalado?
ResponderEliminarQuando instalas na tua bicicleta uma campainha nova, ela passa a ser a campainha instalada.
quando se instala um orgão de poder numa autarquia, esse passa a ser o poder instalado!
compreendes agora, ou ainda é muito complicado para ti?
(eu não sou o anonimo das 17:34, só quiz dar uma mãozinha!)
Ó D. Arlapa,
ResponderEliminarA Sra. já admitiu aqui que há uma diferença, entre, a 1ª e a 2ª versão.
Como se supõe que as circunstancias não mudaram, Poderia a D. Arlapa por gentileza, nos informar, o que foi que mudou?
Caro amigo
ResponderEliminarPenso que esclareço a sua dúvida no primeiro parágrafo. O que mudou de facto foi que a fonte secou. Quem me enviava essas informações, por motivos que desconheço deixou de o fazer. Tão simples como isso. Um abraço.
não sei do que estão falando mas a tia arlapa escreve bem que se farta
ResponderEliminarVamos ver se eu percebi.Então o mecânico instala a campainha e quando se avaria desinstala. Os eleitores instalam o orgão de poder na autarquia e quando se portam mal desinstalam. Então os nossos autarcas foram instalados à pouco tempo e o nosso amigo já quer desistala-los? então não têm garantia?
ResponderEliminarti João
Não tio João!
ResponderEliminarEles têm garantia! ( até hoje, que me lembre nunca se conseguiu tirar de lá nenhum antes da duração acabar,) agora nós é que não temos garantia nenhuma, eles quando vão para lá prometem (mundos e fundos), e uma vez instalados, só tocam para dentro!