Quando
num círculo de amigos, dois entram em rota de colisão, e pelo facto de a
desavença não estar relacionado como o grupo, aos outros, pede-se recato,
aconselha-se distância e ouvem-se as partes, para não se condenar antes de ser julgado. Os que que zangaram devem entender o que os divide,
aos outros, exige-se que promovam a reconciliação. Mas quando as posições são extremadas
e as tentativas infrutíferas; a reconciliação soa a heresia, o perdão é um
termo vazio, e o esquecimento é um crime. Por questões de honra o processo de
vingança é pessoal e intransmissível, afinal o equilíbrio só se repõe com o
algemado acerto de contas. Como não existem testemunhas, e os verdadeiros
motivos da zanga só eles sabem, e a eles diz respeito, as leis pouco podem
fazer. Resta o volátil tribunal popular e o malandro do tempo. O primeiro é
como o catavento, o segundo é como o azeite.
Aviso à navegação: isto é apenas um
mero exercício de ficção, qualquer semelhança com factos reais é fruto da vossa imaginação.