segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Combate dos mouros (2)


As personagens em número par (6 ou 8 de cada lado) entram a dançar ao som do harmónio, e dirigem-se para o castelo.Depois do arrebentar de um morteiro iniciava-se o acto. Há um barco forrado de canas e papel. Os mouros estão vestidos de branco e os cristãos á marujo.O fogueiro traz fato - macaco e a respectiva espada.
O acto representava-se no adro da Igreja num domingo de Verão. Posteriormente, no final da Festa de Pechão.

Foto e fonte: “Natal no Algarve II” Padre José da Cunha Duarte e Dr. Padre Afonso Cunha

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Procissão 2010

Fotos - Danilo da Quinta

Este ano a Banda de música não incorporou o cortejo religioso. Ao longo dos anos habituei-me a ver, a ouvir e a gostar do som dos instrumentos de sopro e, da postura circunspecta dos seus elementos. As ruas ganhavam vida e a cerimónia solenidade.
Não sei se é do calor se é da idade, mas ultimamente tenho sentido uma propensão preocupante  para aceitar as coisas tal como elas estão. Por isso, apenas direi que foi uma procissão, sem música, mas com muita fé.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Combate dos mouros (1)


A jornalista Maria Amélia Machado Santos, veio a Pechão, realizar uma reportagem sobre o Combate dos Mouros, que foi publicado no dia 26.11.1966, no jornal Correio do Sul.

Combate dos Mouros, Santa Catarina da Fonte do Bispo

“Era Agosto. Havia à volta um luar claro, como a luz da madrugada. O povoléu aglomerava-se à volta dum palanque, armado em jeito de castelo. De repente, ao dar meia-noite, aquela hora em que as mouras encantadas saem para matar saudades ao luar dos tempos imorredouros dos seus reinados de outrora, foguetões subiam ao ar e estralejavam, caindo em estrelas cadentes, a brilhar no seu imaculado!... Era o sinal! No castelo, mouros de turbante e albernoz branco faziam alarido, e eis que se aproxima uma barca iluminada repleta de guerreiros á moda antiga. Dava-se o combate em jeito de dança, aos gritos com musica a acompanhar, e, da refrega, eram sempre os mouros os vencido e os cristãos saíam vencedores. Que fossem mouros os do castelo ou os da barca, isso não importava; o que era certo é que saíam vencidos e ali se comemorava uma tradição popular, uma lenda multissecular e regional…
Vinha gente das redondezas atraídas por aquele combate anual de uma nave lendária contra um castelo imaginário, em terra onde não havia mar algum.”

Foto e fonte: “Natal no Algarve II” Padre José da Cunha Duarte e Dr. Padre Afonso Cunha

domingo, 22 de agosto de 2010

Irmãos de verdade



Hoje, a ausência mais notada foi o Zara. Deixando o Zom sozinho e a assistência expectante. O melhor é recordar a dupla que mais lama entranha na pele e, mais cerveja transpira pelos poros. Nada que, uma refrescante mangueirada um cigarro e umas fresquinhas, não reponham a normalidade.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Penteado para a Festa

Hoje fui a uma das cabeleireiras cá do burgo. Mais pela tradição e por insistência da minha neta do que vontade minha, pois uma tesoura bem afiada e um espelho honesto resolvem a situação e mantêm a carteira fechada. O meu cabelo assemelha-se a um monte de tojos depois de um nevão. Só para cortar. Pois qualquer novo look, não me tira os brancos, os ninhos de rugas e, o buço que parece que levou amónio.
Uma elegante jovem fazia madeixas, e o espelho respondia afirmativamente. Embevecida e invejosa ainda sugeri umas iguais para mim. Reparei, numas risotas trocistas, e nuns esgares galhofeiros. Mergulhei a cara na “Nova gente” disfarçando o embaraço. Mas ainda a tempo de ouvir: “coitada, deve ser da idade”.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A Festa de Pechão…

…era o dia mais desejado. Em Setembro, depois da Festa das Angustias e da apanha da novedade (amêndoas e alfarrobas). Num tempo em que a disponibilidade não metia férias, todos os caminhos iam dar à Igreja. Um ritual instituído pela força da devoção e pelo entusiasmo da convivência.

Um vestido novo e um penteado renovado eram obrigatórios. Uma azáfama para as costureiras, uma canseira para as cabeleireiras e, um frenesim para todos. Já o meu avô dizia que a Festa de Pechão era melhor que a do Natal. Pois conseguia reunir: famílias, amigos, desconhecidos, e inimigos.

Aos poucos, os laços que prendiam a população à Festa foram ficando lassos. Hoje, sem vestígios, nada resta dessa paixão. Sobram as memórias de, como andávamos possuídos por sensações de pura felicidade.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Padre Nosso

Antigamente, no tempo da indigência, as esmolas durante a missa cingiam-se apenas a moedas. A eleita para a recolha das esmolas estendia o balaio e as curiosas os olhos. No tempo do Padre Castro a minha tabela era 5 tostões. Mas derivado a um olhar reprovador de uma senhora fina, dupliquei a parada. 

Algum tempo depois para evitar, olhares e constrangimentos, o balaio foi substituído por uma bolsa. Introduzia a mão e depositava a moeda dentro da bolsinha. Assim, a contribuição ficava no segredo de Deus e na posse do Padre.

Mais tarde, com a chegada da inflação e da ambição, voltou o balaio e voltaram as olhadeiras de soslaio. Em consequência, mesmo circundado pelo silêncio, já me tocou um comentário pouco abonatório sobre o meu ofertório de 50 cêntimos. O que me deixou um pouco incomodada e muito embaraçada.

No passado Domingo recebi um envelope vazio para, devolvê-lo na próxima missa com a oferta para a Festa de São Bartolomeu. Um envelope pressupõe notas. As notas estão escassas mas, Festa é Festa e sempre dei a minha contribuição. Só estou um pouco indecisa quanto à quantia que vou meter no envelope. Se fosse uma bolsinha, tudo era mais fácil.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Nelson Vitorino

Volta a Portugal - 4ª Etapa: Barcelos – Sr.ª da Graça.
Domingo 8 de Agosto 2010
1º-  David Blanco, Palmeiras Resort - 4:43:50 10″
2º - André Cardoso, Palmeiras Resort a 06 6″
3º - Hernâni Broco, Rota dos Móveis a 09 4″
4º-  David Bernabeu, Barbot-Siper a 11
5º - Daniel Silva, C. C. Loulé -Louleta a 21´
6º-  Rui Sousa, Barbot-Siper a 33´
7º - Patrik Inkewitz, ISD-Neri a 35´
8º-  Nelson Vitorino, Palmeiras Resort a 36´
9º-  Virgílio Santos, Rota dos Móveis a 36´
10º-João Benta, Madeinox-Boavista a 42´

(...Mas depois começou o 'festival' do Palmeiras Resort. À vez, Ricardo Mestre, Nelson Vitorino e André Cardoso 'rebocaram' Blanco e anularam todos os ataques, o último dos quais de Bernabéu, até o largarem, imparável, já no último quilómetro, para um triunfo incontestável...)

Com profundas raízes na Aldeia, herdou da família o gosto pelo ciclismo. Três anos ao serviço do Pechão e, sob as directrizes do Alcindo Norte mostrou vocação e fez a formação. No Tavira desenvolveu aptidões e chegou à consagração. Uma carreira alicerçada na vontade e construída com dedicação.

A subida da Sra. da Graça não é para todos, ficar nos dez primeiros é só para a fina flor. Um dos melhores trepadores do pelotão português. Muitas vezes surge a oportunidade de subir ao pódio mas, abdica, em nome da estratégia e da lealdade. O clássico corredor que despende energias para a equipa e só tem olhos para os outros. Um Anjo da Guarda para o chefe de fila, e um orgulho para nós.