quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Até para o ano


E assim despeço-me de 2009, e de todos os Pechanenses, amigos, e visitantes. É pouca a clientela, mas aos resistentes, agradeço a generosidade e simpatia manifestada. Sem as vossas visitas e comentários, seria um profundo e longo bocejo.

Com mais ou menos jeito, tenho-me aguentando. Assim Deus me dê saúde, tempo, e discernimento para continuar. Apesar de o presente ser preocupante, e as perspectivas de futuro serem pouco animadoras, desejo um Ano Novo à medida dos vossos desejos. (se for à medida das necessidades já fico satisfeita).

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Tem dias assim


Lá fora. Chuva densa, fustigada por um vento desordenado, temperada com um frio penetrante, que trespassada a farpela e atinge a derme. Já vi dias piores. Medonhos mesmo. Mas tinha outra resistência, mais família, e mais que fazer do que preocupar-me com os humores da natureza. Este cenário deprime-me. Esforce-me por não ser uma velha piegas, nem demasiado melancólica, mas não há como evitar.

Sozinha entre quatro paredes, recorro aos meus bálsamos: o braseiro, e o xaile que herdei da minha mãe. Agasalha-me os ombros, e estimula-me a alma. Gosto de o cheirar e procurar resquícios amenos dos cheiros do passado. Na memória cabem muitos anos, e fragmentos de recordações atropelam-se. No Natal agudiza-se.

O bafo quente do braseiro estanca a minha tremedeira, e escancara-me os poros por onde entra uma enxurrada de nostalgia. Espalho o borralho, e uma manta sobre as pernas.Concentro-me na melodia cadenciada da chuva, e no estrepitar assimétrico da lenha a arder. Suave, íntima.É reconfortante viver situações destas – não demasiadas vezes, pois a alma não suportaria. Apenas de vez em quando.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

na rota de gente boa

Comedores de batata - Van Gogh

No Natal de 1918, surgiu em Pechão um desconhecido de poucas palavras. Dizia ser de Monte Gordo, ninguém soube quem era nem como tinha chegado. Debilitado, esfomeado, e mal enroupado, foi tratado, alimentado, e acarinhado pelos nossos avós. Recuperado, animado, e com manjar para a viagem, seguiu o seu rumo. Consta que quando chegou à sua terra, teceu rasgos elogios, à bondade e hospitalidade das gentes de Pechão.

Em Monte Gordo, o turismo era uma miragem, o rigor do Inverno, e o mar inacessível previam o pior. Para enfrentar o flagelo da fome, aos mais necessitados só restava a mendicidade por outras paragens. Foi assim, e sempre na época do Natal, que Pechão ficou incluído no seu roteiro. Aproveitando a matança do porco, e um pouco mais de abastança, chegavam “os pobrezinhos de Monte Gordo”, como lhes chamavam.

Cantavam para anunciar a sua chegada, comiam, bebiam, e dormiam nos palheiros do João Gaguinho, Manuel João Calé, e do Tanganho. No dia seguinte de madrugada cantavam uma canção de despedida, com os sacos atestados de víveres, e o coração de felicidade, seguiam viagem… e até para o ano.

sábado, 19 de dezembro de 2009

de lamber os dedos



Em tempo de gripes, constipações, resfriados, e afins, nada melhor que umas colheradas de mel com elevado grau de pureza. Proveniente de abelhas nascidas, residentes, e recenseadas em Pechão. Extraído com paixão por mãos sábias, que conhecem todas as técnicas de manejo, usando e preservando métodos ancestrais, que tão bons sabores têm dado. Afinal ainda existem coisas, antigas, sadias, e…doces.

03/03/2008

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

C.O.Pechão : 60 anos - 24 Presidentes (21)


Gualter Silva
"O Animoso"

Presidente aos vinte nove anos, com uma equipa em que o mais velho tinha trinta e três. A década de 90 foi marcada pela intensidade e disponibilidade com que a juventude se dedicou ao Clube. Tendo consciência da sua inexperiência, e o quanto podia ficar magoado, foi com uma grande dose de coragem e uma enorme confiança em si, e nos seus colegas (Emanuel Ferradeira, João Carlos Charneca, Dulce Charneca, Valter Anjos, Cirila Silva e Carlos Graça) que enfrentou um mandato marcado pela continuidade e regularidade. Frugal e honesto, foi a sua imagem de marca.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Ana Cabecinha 5ª Classificada no frio de Getafe (Espanha)





A marchadora Ana Cabecinha do Clube Oriental de Pechão, obteve ontem (domingo) o 5º lugar no Troféu de Marcha Atlética Assoc. Desportiva Buenavista em Getafe (arredores de Madrid) a atleta completou os 10km marcha da prova no tempo de 47.46.

O pódio foi preenchido pelas atletas Espanholas, Julia Takacs 46.19; Maria José Poves 46.43 e na 3ª posição Lorena Luaces com 46.47; mais a trás ficou a atleta do Pechão que não conseguiu adaptar-se ao Circuito, bem como às condições climatéricas existentes, muito frio (cerca de 8ºC durante toda a prova) e ao vento que apanhava num dos lados do circuito.

“O resultado obtido nestas condições até que foi bom para os objectivos propostos nesta fase da época, após muitos meses de ausência em competições não poderíamos esperar muito mais, atendendo que está a treinar há pouco tempo e á fase em que estamos na época leva-nos a encarar o futuro com optimismo”.





Também na vizinha Espanha no domingo dia 13 o Clube Oriental de Pechão participou com mais 25 atletas no Cross do Pavo (Peru) em Ayamonte, foram muitos os atletas em lugares de destaque, referimos alguns que foram ao pódio:
Camila Charneca, Bernardo Guita, Carolina Costa, André Eugénio, Ouisal Khanfoudi, Edna Barros e António Guita, e ainda muito próximo do pódio a Andreia Pimenta e o Cláudio Rodrigues que ficaram na 4ª posição.
No próximo sábado dia 19 vamos estar na 2ª Edição da São Silvestre de Santa Luzia – Tavira.

Pechão – 14 de Dezembro de 2009
C.O. de Pechão


Futsal - 8ª Jornada


sábado, 12 de dezembro de 2009

O meu rafeiro no Mondioring


                                        Um cão destes é que eu preciso.

Confesso a minha ignorância, mas desconhecia completamente o termo (Mondioring) para designar a destreza e a fidelidade dos cães. Apesar da idade, a única acrobacia que lhes vi fazer foi levantar a pata traseira para urinar contra a parede. Exceptuando o cão do Custódio Caixinha que sorrateiramente surripiava toucinho na venda do Zuca, e conseguia equilibrá-lo na boca (sem o comer) até chegar a casa (que não era nada perto).

Apesar de eu discordar, a minha neta insiste em levar o rafeiro à prova. Um dia apareceu-me à porta, perdido, escanzelado, e esfomeado. Eu dou-lhe de comida, ela faz-lhe carícias. 

Pressinto o que ambos querem é protagonismo e dar nas vistas. Diz-me que tem ensaiado uns truques, e vai provar-me que o cachorro tem valor. Porque eu subestimo-o, e  de vez em quando dou-lhe um “chega para lá”. Procuro desmotiva-la e digo-lhe que aquilo é para cães de elite, bem treinados e preparados. É um inútil e mal agradecido, rosna a quem lhe dá comida e abana o rabo a desconhecidos.

As habilidades que lhe conheço são, dormir e lamber-me os pés quando tem fome. Por muita vontade que tenha, e entusiasmada que esteja, o que ela desconhece é que, quem nasce rafeiro, morre rafeiro. Porém, apesar dos meus argumentos assertivos e demolidores, amanhã lá vão de baraço dado para a prova. Sorte a minha. Tenho uma neta teimosa, e um cão… burro.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Chuva prometida



A meteorologia volta e meia promete chuva para o Algarve. Por algum erro de análise, ou incidente metafísico, continuamos privados dessa promessa. Na segunda-feira chegou hesitante e envergonhada. Borrifou a rama e salpicou o pó. Rapidamente deu meia volta, e foi cair para outra freguesia, sem data definida para um regresso mais duradoiro.

Como aquelas obras, em que os políticos com pompa e circunstância lançam a primeira pedra. Ficando por tempo indeterminável à espera que lhe dêem continuidade e visibilidade. Criando expectativas nas pessoas, e musgo na pedra.

Começa a ser frequente as previsões erradas, e as promessas não cumpridas dos analistas da meteorologia. Assim, esperançados, continuamos à espera que a chuva chegue rápido, senão, temos que recorrer ao ritual indígena da dança da chuva, ou invocar fervorosas preces a S. Pedro. Quanto aos meteorologistas, ou começam a acertar nas previsões e cumprir promessas, ou, brevemente estarão a ocupar cargos de cariz político.

Mondioring


Primeira prova de Mondioring no Algarve a decorrer em Pechão.

No próximo dia 13 de Dezembro, vai decorrer na zona desportiva de Pechão, a primeira Prova de Mondioring no Algarve, com início às 9h. Esta é uma prova organizada pelo Centro Treino do Monte Escrivão, em Pechão, que tem o objectivo de dar a conhecer esta modalidade à região, na qual irão estar presentes dezenas de cães vindos de toda a Europa, alguns dos quais já representaram Portugal no Mundial da competição alcançando lugares de pódio.

O Mondioring é um desporto muito exigente quer física quer psicologicamente e pretende avaliar o controlo que o dono tem sobre o seu cão, tal como as técnicas de treino aplicadas e o património genético do cão. Contempla exercícios de obediência, saltos e prova de coragem.
Esta iniciativa conta com o apoio da Junta de Freguesia de Pechão e da Câmara Municipal de Olhão.

J.F. Pechão
Nota à imprensa

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Animação de Natal e Ano Novo em Pechão




Iluminação Natalícia, Exposição de Presépios, Mostra de Artesanato, Festa de Natal para as Crianças da Freguesia, Desfile de Pais Natais Motard, Concerto de Natal, X Encontro de Charolas

A Junta de Freguesia de Pechão preparou mais um Programa de Animação de Natal e Ano Novo, pretendendo, com um conjunto de iniciativas, envolver toda a comunidade.


Assim, no passado dia 1, o programa iniciou com a iluminação natalícia nas principais ruas e edifícios da freguesia. Já dia 8 teve lugar a abertura de dois presépios, o das Figurinhas e o das Searinhas, na Casa Museu de Pechão. Este é um trabalho realizado por três mulheres de Pechão que já alguns anos vêm fazendo este magnífico trabalho, não deixando assim morrer a tradição. Nesse mesmo dia, também na Casa-Museu, iniciou uma Mostra de Artesanato, de seis artesãos da freguesia, com trabalhos em porcelana, acrílico, cerâmica, escultura, artes decorativas e bijutaria. Os Presépios e o Mercado de Artesanato poderão ser visitados até 6 de Janeiro, de terça a domingo, das 16 às 19h.

Já a Festa de Natal, para todas as crianças da freguesia, decorre a 17, nos multiusos da Junta, e conta com uma mão cheia de surpresas para os mais pequenos: muita música, dança, poesia, teatro e a participação especial de Afonso Dias. O Pai Natal virá de mota e distribuirá prendinhas a todas as crianças.

Logo a 19, a partir das 17h00, a freguesia recebe um desfile de Pais Natais Motard, a que se segue, no dia 20, às 17h, o Concerto de Natal que decorre na Igreja Paroquial, com o Grupo Coral da Câmara Municipal de Albufeira.
A encerrar o programa o X Encontro de Charolas e outros Cantares ao Menino a 03 de Janeiro, a partir das 14h30, no Largo da Igreja.

Este programa conta com o apoio da Câmara Municipal de Olhão, da Igreja Paroquial, do Clube Oriental de Pechão, do Grupo Motard de Pechão, da Cruz Vermelha - Núcleo de Pechão, do Jardim-de-Infância e da Escola E.B.1 Nº1 de Pechão.
Junta Freguesia Pechão
Nota à Imprensa nº 15

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Getafe é a próxima etapa de Ana Cabecinha


Com o apoio da ATA – Associação de Turismo do Algarve, do Município de Olhão, da Lusitania Seguros e da Associação de Atletismo do Algarve – Visacar, a marchadora Ana Cabecinha do Clube Oriental de Pechão, vai participar no XII Troféu de Marcha Atlética Associação Desportiva Buenavista em Getafe (arredores de Madrid) no próximo dia 13 de Dezembro, é uma prova com muito prestígio no calendário espanhol.

Ana Cabecinha irá realizar 10kms visando uma melhoria de forma para as próximas competições nacionais e internacionais, a marchadora vai ter na competição todas as adversárias que participaram à 15 dias atrás em Toledo com ela, recorda-se que nessa prova a atleta de Pechão classificou-se na 4ª posição após mais de 6 meses sem competir devido a várias lesões.
Após esta competição a atleta entra em vários períodos de estágio em Altitude nos meses de Janeiro, Março e Abril.

Pechão – 06 de Dezembro de 2009
C.O. de Pechão

XXX Corta - Mato do Algueirão-Classificações









Decorreu no passado sábado (5 de Dezembro) nos terrenos anexo ao Polidesportivo de Pechão a mais antiga prova do atletismo algarvio organizada por um clube, o Corta - Mato do Algueirão é uma organização do Clube Oriental de Pechão, prosseguindo assim o desenvolvimento e prática do Atletismo.

Ana Cabecinha e Luís Barbosa do CO de Pechão foram os vencedores nas principais provas, onde participaram cerca de 300 atletas em todos os escalões etários (de Benjamins A a Veteranos) em representação de Clubes Algarvios e do sul do Alentejo.

O Clube Oriental de Pechão, esteve em plano de destaque ao conseguir 5 vitórias individuais, resultando ai a vitória colectiva entre os 29 clubes participantes.

A atleta da casa Ana Cabecinha completou os cerca de 3,2km em 12.07 a prova decorreu dentro da normalidade para a Ana, isolando-se logo após o 1ºKm mantendo a vantagem até final sem forçar muito; Na 2ª posição na geral classificou-se a atleta Júnior Rita Guerreiro (NDC Odemira) 12.33; Em 3º lugar ficou Francisca Farrajota (CD Quarteira) 12.52 sendo a 2ª sénior, Valéria Santos (CD Quarteira) chegou na 4ª posição na geral (3ª sénior) 13.15.

A prova masculina contou com um bom lote de participantes, Luís Barbosa e o seu colega de equipa Cláudio Rodrigues comandaram um grupo de 6 atletas até metade da prova, a partir dai os dois atletas do CO de Pechão assumiram o comando da corrida até ao final da mesma, na meta Luís Barbosa foi o 1ª e Cláudio Rodrigues o 2ª classificado ambos com 17.03 o tempo que levaram para completar os cerca de 5,2km do percurso; Na 3ª posição na geral ficou o Júnior Tiago A Pereira (Casa Benfica de Faro) com 17.24; Luís Martins (CA Olhão) 17.34 ficou em 4º lugar (3º sénior) e Cristiano Silva (Luzense) 17.56 na 5ª posição (4ª sénior).

Em simultâneo decorreu o 4º Encontro Algarve – Beja nos escalões de Infantis, Iniciados e Juvenis, visando a aproximação dos jovens destas duas regiões, partilhando assim o gosto pela prática do desporto (atletismo) contando com o apoio da Associação de Atletismo do Algarve e Associação de Atletismo de Beja.

A prova contou com o apoio das seguintes entidades: Município de Olhão, Juntas de Freguesia do Concelho de Olhão (Pechão, Quelfes e Olhão), IDP - Algarve, IPJ - Algarve, Bombeiros Municipais de Olhão, Conselho de Arbitragem da Associação de Atletismo do Algarve, Lusitânia – Seguros, Farmácia Olhanense e do comércio local.

Os vencedores Individuais:
Benjamim A Fem. – Juliana Guerreiro (NS Faro)
Benjamim A Masc. – André Pimenta (Luzense)
Benjamim B Fem. – Beatriz Bartolomeu (CO Pechão)
Benjamim B Masc. – Bernardo Guita (CO Pechão)
Infantil Fem. – Ana Rita Cunha (Faro XXI)
Infantil Masc. – André Eugénio (CO Pechão)
Iniciado Fem. – Isabela Lacatús (CA Olhão)
Iniciado Masc. – José Pereira (NS Faro)
Juvenil Fem. – Ana Catarina Dias (Odemira)
Juvenil Masc. – João Caeiro (Alvito - Beja)
Júnior Fem. – Rita Guerreiro (Odemira)
Júnior Masc. – Tiago Pereira (C Benfica Faro)
Sénior Fem. – Ana Cabecinha (CO Pechão)
Sénior Masc. – Luís Barbosa (CO Pechão)
Veterana – Ana Ramos (NS Faro)
Veteranos–Álvaro Rodrigues (CBenfica Faro)
Nota: todos os vencedores dos escalões de Infantis, Iniciados e Juvenis foram também os vencedores no 4º Encontro Algarve – Beja


Classificação Colectiva:
1º - C. Oriental de Pechão - 74 pontos
2º - N. Sportinguista de Faro - 68 pontos
3º - C. D. Quarteira - 50 pontos
4º - C. D. Faro XXI - 43 pontos
5º - C. R. C. D. Luzense - 35 pontos

A Organização
Pechão, 06 de Dezembro de 2009

Futsal - 7ª Jornada


quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O que é uma Arlapa?



É uma pergunta que volta e meia aterra na caixa de correio. Em Pechão é sobejamente conhecida, até porque existiam em quantidades bastante razoáveis. Para quem desconhece, aqui vai uma pequena achega.


Era utilizada essencialmente para desencardir roupa branca. Particularmente dos trabalhadores do campo, cujo pó, a terra e o suor entranhava-se na roupa interior. À noite, por força das circunstâncias, laivos de negrura conspurcavam os lençóis (não havia coloridos). Porque a partida para o trabalho era feita ao som do cantar do galo, e a chegada, já derreados, ao ritmo do piar da coruja. Não havia tempo, nem forças, para lavagens a fundo, nem banhos ao pormenor. Isso ficava para o fim-de-semana, depois de escolher um bom pego, e logo que o alguidar grande estivesse disponível.

Depois de uma boa dose de sabão azul e branco, a arlapa era muito bem esmigalhada e espalhada dentro da roupa. Meia hora de molho, era o tempo que os glutões levavam a devorar o encardido. O que dava um coloração esverdeada à roupa, e por vezes uma alergia às mãos. Depois de várias passagens pela água límpida da ribeira, tudo se transformava num branco imaculado. Como se cada lençol tivesse saído da caixa de um enxoval, ou as ceroulas acabadinhas de comprar na loja do Lopinhos. As mãos, essas, passavam à fase da comichão e da irritação, mas nada que o tempo e a indiferença não acalmassem.

Para dissecar o carácter anatómico, e mais algumas considerações sobre a dita cuja, é só um saltinho aos aposentos do meu conterrâneo Pechanense. Aqui.

Tranquilidade no asfalto


Num caminho tranquilo, uma cadeira a oferecer-se a um caminhante fatigado, a alguém a querer contemplar a natureza, ou simplesmente a um idoso solitário, que em silêncio acerta contas com o relógio do tempo.