Custódio Moreno
“ O Expansionista”
“
É preciso estarmos mesmo apaixonados por aquilo que fazemos”
Custódio Moreno / Gazeta de Pechão Nº6 - 1992
Cara Arlapa
Realmente tive o privilégio de liderar um grande grupo de trabalho que muito se dedicou à vida associativa e como tal será justo repartir os louros pela equipa. Este dois anos não foram propriamente dois anos... Realmente foi o colher das sementes lançadas muitos anos antes, como animador, treinador, vogal, secretário, vice-presidente e presidente.
Apostámos muito na juventude. Uma direcção muito jovem com o Murta, Mariano, Jorge Vale, Marisa, Valter Estrela, Alan Pestana, Luís Correia, todos a rondar os 20 anos ou menos, eu próprio com 27 e só o João Cesário e o Germano tinham mais de trinta. Desculpe esta introdução, mas não é de agora que apostámos nos jovens em lugares de decisão, e esta é mais uma prova que os nossos jovens têm muita responsabilidade!
Apostámos muito na Formação. Organizámos os primeiros cursos no Clube para dirigentes associativos, fotografia, teatro, construção de fantoches... Vários grupos de jovens participaram em intercâmbios com Inglaterra, fomos a França e a Cabo Verde com a nossa equipa de futebol sénior... Iniciámos em 91 o actual Campo de trabalho internacional em tendas, entrámos para o RNAJ registo nacional de associações juvenis no IPJ e o clube passou a ter apoios financeiros para conservação da sede, aquisição de equipamentos, realização de actividades, formação... O organograma do COP na altura apresentava 6 Secções: futebol, ciclismo, atletismo, pesca desportiva, cultural (Pauliteiros, Teatro, Exposições, Rádio, Biblioteca aberta de segunda a sexta, o jornal a Gazeta de Pechão, serões culturais, noites de cinema...) aliás saía todos os meses uma folha informativa... uma secção de recreio com as célebres matinés, Bailes e as Festas Tradicionais de Pechão.
Lembro que as secções desportivas todas participavam em campeonatos nacionais a excepção do futebol mas essa, nesses dois anos, obteve as duas melhores classificações de sempre da nossa equipa de futebol de 11 sénior, um 4º e um 2º lugar, este quase deu a subida de divisão. Uma secção com o director Jorge Vale e os seccionistas, Carlos Humberto, Ângelo, Osvaldo e o treinador Vítor Espanha. Dos jogadores destaco o João Paulo de Brito.
Eu acumulava o cargo de Presidente com o de treinador de atletismo, eram treinos diários, assistia aos treinos de futebol, fazia uma perninha no teatro, e na parte cultural apoiamos o entusiasmo do Idalécio Soares na feitura da Gazeta, fazíamos rádio, na “RO rádio oriental” este projecto tinha o Mariano como grande mentor e tivemos connosco a São Branco hoje jornalista da nossa praça. Nós quase que dormia-mos no clube...
O Ciclismo, como sempre com o Alcindo à frente, sendo director o João Cesário, o treinador Carlos Vitorino e o Médico o Dr. Joaquim Elias uma equipa de luxo.
No Atletismo o director e treinador era eu já com o Murta e o Valter a ajudarem, o Vítor Norte na gestão, o nosso médico era o Dr. Rui Antão, a fisioterapeuta a malograda Maria José. Os atletas da altura eram a Cristina Norte e o Vítor Vitorino entre muitos penso que mais de 50! Nesta altura tínhamos equipas de pista feminina e masculina a disputar os campeonatos nacionais da 2ª e 3ª divisão.
A Pesca desportiva começou também nesta altura, pela mão do Carlos Sousa com o apoio do Porfírio e do Avelino e conseguiram rapidamente ganhar a simpatia dos sócios do COP.
Penso que o grande trunfo desta altura foi realmente, o dinamismo, o trabalho em equipa a autonomia das secções responsabilizando-as pela gestão directa do clube, por outro lado a enorme paixão que estes jovens depositaram em todas os projectos que implementaram, deixando uma grande margem de crédito à participação juvenil em futuras direcções.
A minha exposição já vai longa espero ter ajudado, mas falar do Clube Oriental de Pechão é sempre um prazer redobrado.
Um abraço Amigo
Custódio Moreno
Era um absurdo um testemunho desta riqueza perder-se no baú das memórias. Mais que um gosto, é um imperativo divulgado. Nostalgia para alguns, motivação para outros, e um enorme orgulho para todos.
Eu agradeço, os leitores agradecem, a sua disponibilidade e entusiasmo em colorir mais uma parcela da vasta história do C. O. Pechão.