segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Aguardemos (2)

O estudo de impacte ambiental sobre a variante de Olhão à EN 125 está em fase de consulta pública até 9 de janeiro. De acordo com a autarquia olhanense, o estudo e o resumo não técnico podem ser consultados na Agência Portuguesa do Ambiente, na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve e na Câmara Municipal de Olhão assim como no site da CCDR. O resumo não técnico pode ainda ser consultado nas juntas de freguesia de Pechão e Quelfes onde também podem ser entregues sugestões e opiniões sobre o projeto em causa.

Os contributos podem ainda ser encaminhados por escrito à CCDR Algarve até 9 de janeiro altura em que os responsáveis irão analisar e considerar as propostas recebidas.Aqui.




quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Aguardemos

(...continua a manter-se a “ameaça” de extinção em quatro freguesias de Lagos (Barão de São João, Luz, Santa Maria e São Sebastião), três de Faro (São Pedro, Montenegro e Conceição), três de Olhão (Olhão, Fuseta e Pechão), duas de Albufeira (Guia e Olhos de Água), bem como uma em Alcoutim (Pereiro), Aljezur (Bordeira) e Vila do Bispo (Barão de São Miguel).)Aqui.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Enrascados

Hoje, a minha curiosidade foi mais forte que a minha descrição e, informei-me sobre a situação do João e o Joaquim. “Estão enrascados” – foi a resposta.
A vida não lhes proporcionou opções melhores, não as procuraram, nem se preocuparam. Puseram-se a jeito. Preferiram viver o dia-a-dia, recheada de excessos, para anestesiar as dores e mascarar a realidade. Sem qualquer perspectiva de futuro. Como se previa, tropeçaram no seu próprio destino.

Vivem no quintal de uma casa da Autarquia. Doentes, necessitados e sem apoio, apenas contam com o apoio diário de duas sexagenárias e ocasionalmente com a ajuda de algumas almas caridosas. Continuando, assim, coerentes com a sua filosofia de vida - vão-se desenrascando.Até quando?

Afinal, o que está realmente a falhar? Falhou a noção da responsabilidade do João e do Joaquim e, está a falhar, a noção de dever das redes de apoio social.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Jorge Vale com estreia adiada

(… A principal baixa no plantel prende-se com Jorge Vale. O jovem médio, que chegou a Loulé por empréstimo do Olhanense, no início desta época, ainda não debelou com sucesso um problema no joelho direito, pelo que a estreia com as cores do Louletano será adiada por mais alguns dias…)
“A Bola”- 14 Set. 2011

sábado, 27 de agosto de 2011

Memória esfrangalhada

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Boa Tarde
Gostava de lhe perguntar se por acaso se lembra da letra da música das antigas Danças Tradicionais de Pechão ?Lembro-me que começava deste modo:

" Cá em Pechão é antiga a nossa dança
e a tradição que é mantida não se cansa..."

Não me recordo do resto, será que me consegue ajudar?Obrigado pela atenção.


Caro conterrâneo

Infelizmente, uma pequena parte do meu cérebro que ainda se vai mantendo activa já não armazena essa informação. Cheguei a cantarola-la muitas vezes, mas, as células vivas que vão partindo e a Alzheimer que vai chegando, encarregam-se de ir apagando o resto.

De qualquer forma, não perca a esperança, é bem provável que alguém que mantenha a memória fresca e o espírito de solidariedade activo, nos possa dar uma ajuda.

Para os mais nostálgicos, a foto é das antigas Danças Tradicionais e, ainda reconheço o Lourival, a Marcinia e o pai, (Tio Angelino), a Lurdes (mãe do Vítor Norte), a Susana Silva, Pereirinha (esposa do Constantino), o João Custódio (acordeão) e o ensaiador José Norte (avô do Laurentino).








quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Festa sem Procissão






A Festa de Pechão e a Procissão sempre estiveram umbilicalmente ligadas. Assisti a Festas no mês de Setembro, acompanhei a mudança para Agosto, e sempre conheci a Procissão a sair pelas ruas de Pechão com o S. Bartolomeu de faca em riste a liderar o cortejo, no Domingo da Festa. Não imagino um argumento consistente, nem uma razão irreversível para acabar (ou interromper) uma tradição secular. Mais parece uma má vontade disfarçada de inevitabilidade. Por estar ultrapassada no tempo e presa a preconceitos, tenho dificuldade em aceitar, mas, os novos tempos são terreno fértil para germinarem sentimentos opostos: a indignação e a resignação. Como já me faltam as forças para a revolta, resta-me acender uma velinha à Nossa Senhora. E rezar, aos homens de boa vontade.

domingo, 31 de julho de 2011

Escola sem água

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"Junto tenho o prazer de enviar uma fotografia cedida pela Sra. Fernanda Ameixeira para fazer o favor de publicar, a foto foi tirada junto a escola primária feminina de Pechão em 1956, situada onde hoje mora a Cristina Cabeleireira, e se reconhece algumas alunas como a Fernanda Ameixeira, Rosa Paté, Rosinda Espanha, e a Odete Chouriça e, ao fundo entre a porta a professora Dona Maria do Ó, o resto dos elementos da foto é para as pessoas as identificarem. A fotografia é da Fernanda Ameixeira."
Um abraço Danilo.

Também frequentei essa escola e também tive como professora a D. Maria dos Prazeres Martins do Ó mas, nos anos 40. E também levei muitas réguadas. A casa de banho e o refeitório eram ao ar livre na rua “Viegas da Quinta” outrora um caminho sombrio, apertado e empestado. Ovo frito no pão ou batatas-doces cozidas, eram os pratos do dia que transportávamos numa bolsa de pano. Para beber água, tínhamos que esperar na esquina do muro do José da Quinta que alguém a tirasse do poço para, nos encher uma pequena enfusa de barro que tínhamos na escola. Coisa que muitos faziam a contragosto, soltando enfadados a expressão: “ Lá vêm as moças da escola!”, ou, fulminavam-nos com um silêncio carregado de hostilidade. Nem sempre éramos bem sucedidas. Mas, felizmente existia um benemérito por perto; o Luciano Barbosa. Que tinha na taberna um pequeno depósito de água em cimento. E nós, por entre copos de vinho e cálices e aguardente, fazíamos fila por um copo de água. E ele, sempre com um sorriso genuíno e uma palavra reconfortante, matava-nos a sede e o estigma pejorativo dos utentes do poço. Na verdade, o verdadeiro mérito que o Luciano Barbosa tinha, é como a água; quanto mais profunda é, menos ruído faz.

Ao Danilo e à Fernanda Ameixeira o meu e o vosso muito obrigado.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Brevemente

Muitas vezes por preguiça e para evitar o esforço de analisar todas as opções disponíveis e viáveis, costume guiar-me pelo primeiro instinto. Foi o que aconteceu quando tive conhecimento da transferência da caixa multibanco do edifício da extinta caixa agrícola, para o edifício da Junta de Freguesia. O “sim” automático muitas vezes prega-me partidas, mas, nesta caso, por mais voltas que dê, não encontro melhor alternativa. O problema é que cada vez temos menos dinheiro para levantar, mas em contrapartida, temos uma enorme paciência.

domingo, 10 de julho de 2011

Maldonado em grande forma

42º Aniversário do C.O.Pechão

O  Maldonado voltou em grande forma e analisa  de forma fundamentada e   peculiar, mutações relevantes numa determinada  fase da vida do Clube. E, para colorir o seu comentário, mimoseia-nos com conceitos e juízes de valor, sobre assuntos que nem sempre recolhem o consenso geral.  
"Já tinha saudades disto, tanta dor de cotovelo ou corno, o Zeca perturba muita gente, ainda rapazinho, foi convidado para participar na actividade desportiva do COP, há 33 anos, visando a promoção do desporto e associativismo juvenil, face á precariedade existente na altura ele foi escolhido, poderia ter sido qualquer outro, o COP estava destroçado, resultado da política, a luz estava cortada pela EDP, estava ligada com arames, água nada, um processo no Tribunal de Albufeira da Sulbetão, rendas da casa estavam em divida. Foi aí que a direcção então eleita, fez aprovar um novo estatuto, com escritura pública para desenvolver o Associativismo.
Fez as obras na sede que esteve encerrada durante cerca de 6 meses, reabriu com actualização de sócios, e a festa de comemoração do aniversário pela primeira vez.
Foram estabelecidos os planos para lançamento da activada, futebol, atletismo, ciclismo, pesca, teatro, pauliteiros, danças e matinés dançantes (a grande receita impulsionadora para financiar as iniciativas a desenvolver e custear as despesas efectuadas, o COP não tinha dinheiro, ninguém pagava cotas, a direcção teve que se cotizar, emprestando ao Clube, 10 contos por director.
A primeira actividade a desenvolver foi o Atletismo, havia necessidade de ocupar a miudagem para os retirar da rua e o monitor escolhido foi o Zeca. Começou aqui a sua actividade e desenvolvimento, foi-lhe proposta a frequência de um curso de conhecimentos na DGD e através do Prof. Tenazinha, o Zeca começou a desenvolver a sua actividade assessorado pela Direcção do COP que o apoiava, como ele é uma pessoa esperta e inteligente, cheia de speed e vontade, foi tudo fácil e a miudagem começou a praticar atletismo em força. As outras actividades vieram a seguir, o futebol federado, com outros responsáveis, também a pesca, o ciclismo, o teatro as danças os pauliteiros, foram tempos áureos, só existiu uma coisa que falho, a dança dos velhos que tenho atravessada na garganta o Norberto Dias ter ido para Quelfes e começar lá a ensaiar, aquilo era de Pechão, do tio Zé Norte, Quelfes nunca teve dança de velhos.
Entretanto surgiu a politica, o Zeca foi convidado para isso mas foi logo, aconselhado a não misturar à politica, Junta com o Clube, na Junta o Clube ficaria à porta. Depois de muita insistência acabou por aceitar concorrer na lista como independente, quatro anos depois já foi como cabeça de lista embora como independente e ganhou, o Zeca é muito boa pessoa, persistente amigo do amigo pena é que seja constantemente torpedeado, mas quando se mete num projecto não desiste é de homem, vejam o caso da casa da Junta, só foi construída pela persistência do executivo na altura, a Junta não tinha dinheiro, muita vontade e algumas garantias e avançou sem receios e hoje temos o edifício que temos, foi um sonho tornado realidade. Fala-se mas isso é tudo bocas idiotas, ignorância e muita inveja misturada a junta de Pechão é uma Junta pobre os tostões têm que ser bem geridos, divididos, para chegar para contemplar as carências, necessário acordos e muita dinâmica.
Alguns dos que mais falam são emigrantes ou caíram de pára-quedas em Pechão, dizem-se de Pechão, tiveram a felicidade de aqui nascer e acham-se com o direito de dar palpites outros há que a quando do desenvolvimento dos factos ainda se encontravam nos colhonis dos papás, existem ainda os outros que sempre se esconderam na sombra só sabiam e sabem criticar, nunca acreditaram na reviravolta que o COP deu em 1978/9 como também não acreditavam na modernização empreendida pela gente nova que entretanto tomou conta do rumo da Junta, enganaram-se redondamente e ainda bem, hoje reconhecem e enaltecem a actividade do COP e da Junta de Freguesia, antes o presidente levava a pasta com os papeis para casa e só ele e mais ninguém, até atendia as pessoas em casa, hoje existe o atendimento é personalizado todos sabem quem é o substituto do Presidente.
Portem-se bem, estou sempre pronto para esclarecer por esta via, fico por aqui". MALDONADO

9 DE JULHO DE 2011 19:07

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Pechão amanhã

Futura zona Ribeirinha

Aos sábados, no complexo desportivo, uns jogam futebol no sintético, outros, nadam na piscina ou brincam no parque aventura, enquanto os pais se passeiam no jardim e, os avós zelam por uns e por outros. É a sina.
Ao domingo, passeio na zona ribeirinha perante o olhar da nova e majestosa sede do C. O. Pechão. Em grupos familiares, aos pares, dando ares de pessoas invulgares, nesta afectuosa paisagem, nesta esperada viagem, encontramos outros clãs iguais. Saudáveis rituais. Lugar de encontros e reencontros.
A variante levou o trânsito para longe, deixou-nos a calma de um monge e um ar respirável. Agradável.
Ás Terças, pela edilidade, é dia de excursão de avião, idosos e medrosos, muitos vão, outros não. Na mesma excursão na dependência de Bela Mandil, todos vão, sem excepção no mesmo avião.
Vivendas sofisticadas, separadas,  com piscina, um paraíso para viver, forasteiros e estrangeiros. A tradição desapareceu, é outra formação. Pechão uma terra com presente.
15/09/2007

quinta-feira, 9 de junho de 2011

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Reflexão

Foto - Rui Mateus

Uff... até que enfim que amanhã é o dia de reflexão, de longe o dia mais translúcido da campanha eleitoral. As previsões falam num sol radioso e, as projecções de um empate técnico. Parece-me bem. Bons catalisadores da serenidade e no discernimento que o momento exige. Por mim, não há ambiência que me clarifique nem promessas que me convença. Quanto mais reflicto, mais acentuo a minha incompatibilidade com as técnicas de propaganda. Sinceramente não sei se vale a pena colocar a cruzinha –, apenas sei, que não vou ajudar a por o destino do meu Pais, nas mãos de quem só se preocupa com o dele.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Pechão hoje

Este post foi escrito em 12 Novembro de 2007, por isso, está desactualizado. Mas para enquadrar os comentários que foram feitos na altura, achei por bem não alterar uma vírgula. Assim, tentem relativizar os factos e inseri-los no tempo.

A chuva que teima em não cair. O Nicolau com o saco do lixo hermeticamente fechado acompanhado do fiel Tarantino, cumpre zelosamente as tarefas domésticas. Novo espaço de cirurgia estética - entra velha, sai nova, máquinas de lavar roupa, com mais anos de vida do que o fabricante desejaria. Na carpintaria do Laurentino, profissionalismo, dedicação, honestidade, a conjugação destes princípios é sinónimo de sucesso. As damas da noite da nora da Beinha, que nos inundou, e inebriou os sentidos no perfumado verão, a nova dama gerente do Mini Mercado Vale na mudança anunciada. Na drogaria escolhe-se um rosário de utensílios, sempre úteis, e indispensáveis, a Rosairinha Moleira com o portão entreaberto espera e desespera pelos seus. Na espingardaria discute-se estusiasticamente a caça ou a falta dela. Sopram as últimas cinzas do emblemático café do José Arlindo, espaço de referência dos nossos afectos. O C.O. Pechão, umas vezes moribundo, outras cheias de vitalidade, mas sempre vivo, nesta relação simbiótica com os mais fervorosos e, estranha aos olhos alheios. A Aldomira com o seu canteiro de rosas desabrochadas em tom desmaiado, que é o que acontece ao Carlinhos, se não parar de beber. Na Pastelaria Ruca vem o cheiro a fatias e, o frio que chega de mansinho. O Assunção e o Elias fazem piadas. Todos se riem. O tempo que passa tão depressa, e nós ainda por cá.


segunda-feira, 23 de maio de 2011

Pechão ontem

A azáfama diária começava cedo. Vidas cheias, preenchidas de utilidades obrigatórias ou pequenos nadas. Numa parte do cérebro ainda activo, está guardado a memória de uma época dura, mas, simultaneamente tranquila. A vida era cruel porque não nos proporcionava opções melhores. Trajectos e rotinas que renovávamos diariamente - um quarto de banha na Tia Anica Moleira, um pacote de açúcar amarelo e dois colchetes na Sra. Raminhas, meio litro de azeite na Bia Espanha, contas feitas de cabeça ou no papel cinzento.Um desconforto para as meninas naquele paraíso de homens. A coscuvilhice dos mexericos e aquela sedutora sensação de familiaridade, que encombre defeitos e virtudes. Pontos de encontro e lugares de acção não faltavam - José Serafim o sapateiro das meias - solas,  Sr. Costa o alfaiate, num constante baixa a bainha, sobe a bainha, José Espanha incansável, mas cansado da sua carpintaria, o barbeiro Joaquim Abel e seus coloridos pássaros, o albardeiro, João Russo e a oficina de bicicletas. Uma palavrinha afável ao sempre bem disposto Chico Carpinteiro, o Mestre Guerreiro sempre mais comedido, mas sempre uma grande cumplicidade entre ambos. Uma chalaça ao Mestre Emídio e ao Tio Rufino numa perfeita harmonia. E quando a fome apertava, o Tio Pardal sempre disponível a untar com azeite um naco de pão. Eram os trajectos que nos faziam sentir bem e, vivos.

08/09/2007

terça-feira, 17 de maio de 2011

Torneio Primavera


É notória a aposta da Direcção do Clube na consolidação do Futsal. Depois da ascensão dos graúdos a um patamar superior, também os miúdos vão semeando pequenas pérolas para mais tarde recolherem. Salta à vista e a bola para dentro das balizas adversárias que, as equipas estão moldadas ao carácter e impregnadas dos conhecimentos do treinador. Apesar de esforçar-se por evitar a via - láctea é a estrela mais cintilante.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Pechão 2 - Louletano 5 (meia - final taça do Algarve)


                             Enviado por um anónimo

Foi uma jogatana e peras, aquela primeira parte a fazer lembrar tempos antigos. Emoção e apoio dos espectadores, concentração e rigor dos jogadores, mas, sobretudo, muita alma entre todos. Trinta minutos a roçar a perfeição, que nem o mais o crédulo imaginaria. Porém, perante as trocas ao intervalo tudo mudou. Ou, no segundo tempo, o Louletano foi mais forte porque o Pechão foi mais fraco, ou o Pechão continuou forte, mas, o conceito de “forte” para o Louletano é substancialmente superior. O que é natural, face ao poderio financeiro e à diferença de intensidade competitiva da 2ª divisão distrital ante a 2ª nacional. Argumentos irredutíveis e férteis para a resignação. Mas lá que estivemos a meia hora de tocar o céu, lá isso estivemos. Foi uma noite boa para o Clube, e um sinal de pujança para o Futsal. Mas, o que eu gostava mesmo de trocar, era o local dos jogos, de Olhão para Pechão e os calções dos jogadores, de amarelo para branco.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

O carteiro

O primeiro carteiro a chegar a Pechão foi uma mulher. Outros seguiram-se. Vinham a pé, depois de bicicleta a pedal e evoluíram para motorizada. Com sol, chuva ou frio, saco de calhamaço às costas, traziam consigo a alegria das boas notícias, a angústia das más, mas, essencialmente eram os mensageiros pelo qual esperávamos e desesperávamos. Ao domicílio batiam à porta e quando não estava ninguém, iam ao fim do mundo para entregar a carta ao destinatário. Conheciam e reconheciam as caligrafias. O coração apertado pelas notícias do Ultramar, a carta perfumada, ou duas gotas de lágrimas a carimbarem um amor eterno. Olhavam para o remetente e pelo brilho dos olhos ou pelo tamanho do sorriso, antecipavam as boas ou más noticias. Deixavam o correio na Sra. Raminhas, mais tarde na Celeste, depois a Bia do Assunção, posteriormente a Betinha, ainda na Lucília e por fim na Beinha.

Perdeu-se o hábito de escrever, hoje o carteiro despeja as cartas do telefone, da luz e, de algum banco a fazer-nos lembrar que o dinheiro é pouco. Sem o ar romântico de outrora, poucas vezes o encontro. E quando o vejo, a única expressão que lhe reconheço, é a tremenda pressa que tem em pisgar-se.

Recomendação

Por motivos que desconheço, ou seja, por ignorância informática, fiquei sem acesso à caixa de correio do blogue. Alguma mensagem que queiram enviar podem fazê-lo para: arlapapechao@hotmail.com

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Pechão: dos primeiros anos da ditadura ao 25 de Abril

Leandro Carromba

José Espanha e Francisco Guerreiro 1933

1934 – João da Silva, José Espanha e Joaquim de Brito do Vale são admoestados pela polícia devido às suas ideias políticas.

1936 – João Silva, Francisco Guerreiro e José Espanha são ameaçados pelo Administrador do Concelho por terem dado aulas nocturnas de alfabetização numa casa particular.

- João Silva é preso por algumas horas e a sua casa sujeita a busca pela polícia.

1938 – José Lopes e  Francisco Guerreiro são presos por oito dias.

- João Silva e Francisco Guerreiro, igualmente presos, passam sucessivamente pelas cadeias do Governo Civil de Lisboa, Caxias e Peniche, sendo finalmente julgados em Tribunal Militar Especial.

1947 – Uma concentração e manifestação de todo o Algarve, organizado pelo MUDjuvenil, na mata de Bela Mandil, é dispersada e reprimida por forças policiais.

1949 – Sessão de esclarecimento da campanha de Norton de Matos é largamente participada pela população.

1952 – José Lopes, Francisco Gramacho e José Espanha são presos e sujeitos a tortura no Aljube e em Caxias.

1958 – Na sequência da “campanha eleitoral” de Humberto Delgado, Francisco Gramacho é preso pela 3ª vez e a sua casa e oficina sujeitas a buscas.

- Leandro Carromba é preso sujeito a tortura, tendo passado 16 meses nas cadeias de Olhão e do Aljube.

- Francisco Guerreiro é detido e interrogado, durante algumas horas.

1969 – Reunião preparatória da campanha eleitoral da CDE.

- Um grupo de jovens constituído em grande parte por raparigas, participa activamente na campanha eleitoral da CDE em diversos pontos do Algarve.

1974 – Numa reunião plenária realizada no COP, a seguir ao 25 de Abril, os moradores, presentes em grande número, elegem uma Comissão Administrativa da Junta de Freguesia.

Idalécio Soares – Gazeta de Pechão – Nº 4 / 1992

… eu acrescento , 1948, o ano em que o João Cachopa, marido da Idília, foi levado e apertado pela PIDE durante dois dias. Posteriormente, farto de um salário de miséria de ameaças e de pancada, juntou a família e os trapinhos e instalou-se definitivamente nos país das Pampas.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Danças Tradicionais

Sr. Pereirinha

Desde 1989 que o C.O.Pechão tem vindo a fazer o possível para colocar as danças tradicionais novamente em actividade. Tendo começado então com jovens entre os quinze e 20 anos. O grupo é, neste momento, predominantemente infantil (20 elementos com idades entre os 9 e os 15 anos). O grupo é ainda constituído, por dois jovens acordeonistas, assim como pelo Sr. Pereirinha conhecido músico local, tocador de bandolim, instrumento que ele próprio confeccionou.

Actualmente, os responsáveis pelo grupo são, além de mim própria, a Verónica e o João Filepe Norte. O João Filipe, como ensaiador, seguiu, assim, os passos do avô, o Sr. José Norte, durante muitos anos o único depositário desta tradição na Freguesia e a quem agradecemos a colaboração prestada desde o inicio.

Este ano, o grupo já fez várias actuações, nomeadamente, em Alte, Olhão e Faro, esperando-se que venha a fazer muitas mais na época do Verão.

Pretendemos, assim, mostrar as nossas tradições e fazer com que as crianças e os jovens da freguesia tomem gosto e conheçam as raízes da sua terra.

Isilda Moreno (Gazeta de Pechão – Nº1 – 1991)

segunda-feira, 4 de abril de 2011

As rotinas da Ruca

Ares circunspectos, antevêem conversa séria na mesa do canto. Numa cadeira privilegiada frente ao televisor, olhos fixos, a mulher de meia-idade embevecida com o “Preço Certo”, enquanto a colega vai olhando para as mãos, e uma outra vai olhando para todos. Os habituais, encostados ao balcão mini na mão brilham felizes. Dois forasteiros de passagem ou paragem, rostos fechados, olham sorrateiramente enquanto bebericam um café. Ao fundo um rapaz olha para a sandes de queijo e para empregada, não sei quem ele cobiça. Um homem de rosto vincado pelas agruras do tempo come com sofreguidão uma tosta. O jantar vem tarde, ou não chega. Atenta a funcionária, relança um olhar controlador. Mais três minis? Café? Partidas e chegadas. Caminhos que divergem e convergem. Caminhos que se cruzam. É outro dia que passa. Amanhã voltam estes,... ou outros.

29/06/2008 

segunda-feira, 28 de março de 2011

Informação à população

Um dos caminhos da Arrochela

Junta de Freguesia de Pechão

Melhoramentos realizados

Ano de 1990


  • Reparação dos caminhos do José Joaquim, do Vale da Mó, do Cascalho, do Algueirão, de Bela Mandil, do Lagar, do Arrunhado, da Pedreira e do caminho Fundo.
  • Apoio à conservação das instalações das escolas primárias.
  • Apoio às actividades culturais, desportivas e recreativas realizadas na freguesia.
Ano de 1991


  • Reparação dos caminhos do Luciano Tanganho, da Retorta, do Joinal, do Vale da Mó de Baixo e de Cima, do João Moleiro, do Paraíso – Charneca e do Sul-Betão, da estrada para cima do Cascalho. Construção de três pontões de manilhas no Sítio da Retorta em colaboração com a C.M.O.
  • Apoio à conservação das instalações primárias.
  • Apoio às actividades culturais, desportivas e recreativas realizadas na freguesia.
Nota – Reuniões públicas da Junta de Freguesia todas as 3ª feiras a partir das 21.00 horas.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Rumos


Longe vão os tempos em que norteávamos as nossas idas e vindas, por estrelas e referências da natureza. Os tempos tornaram-nos menos crédulos e fez-nos munir de manhas, ditos, alcunhas e, outros subterfúgios para expressar a nossa rota. Para cima, mais abaixo, vire à direita, esquerda, por tentativas, muitas vezes derrotados e perdidos.

Outrora o povo no alto da sua infinda sabedoria atribuía nomes, por este, ou aquele motivo, associados a caminhos e lugares. Desde a metáfora do caminho do afoga burros, à coerência do Caminho do Paraíso, à pessoalização da encruzilhada dos “Moços do Zé Lopes”, publicidade gratuita no Caminho do Sulbetão e, a origem para definir o destino - a “Estrada de Tavira”. Trajectos rotineiros, ocasionais, ou obrigatórios. Uns perto, outros nem tanto, tão longe para tantos, e no meio de nenhures para ninguém. Rumos novos, ou renovados.

Hoje, existe um conceito menos terra a terra e mais universal. O “GPS”, que trocou as estrelas de outrora por satélites inovadores. Bússolas abençoadas para viajantes perdidos, numa curva ou contra curva duvidosa num asfalto estranho. O encontro, ou reencontro com os outros, ou, pelo “Caminho da Missa”, ao encontro de nós próprios.

21/06/2008



quarta-feira, 16 de março de 2011

Também eu …(1)

Dakota Fanning

...em criança, quando apanhava, almeirões, serralhas, e jarros. Entrar no chiqueiro sem cagufa e dar de comer aos porcos, fazia de mim uma fedelha afoita e útil. Sentia-me importante por poder colaborar nas tarefas dos adultos. O curioso é, que já ninguém apanha ervas e o mundo dos crescidos nada tem de extraordinário.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Barraca

Sem sinal de vida. Não sei quem a construiu,nem o que faz à sombra da azinheira, abraçada às silvas e debruçada sobre a ribeira. O que sei é que, a estrutura metálica que a suporta é a mesma que sustentou o palco no Rock da Ribeira. Das duas uma – ou, estava à mão de semear, e não devia, porque o material da Câmara é pago pelo contribuinte e deve estar acautelado, ou, a palhota mistério é patrocinada pela Junta. O que não acredito. O que admito é que esta barracada era perfeitamente desnecessária e evitável. Bastava estar atento aos sinais.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Coragem

Duas promessas. A requalificação da zona ribeirinha adoptada pela Junta de Freguesia e, a construção da nova sede do Oriental de Pechão, assumida pela Direcção. Uma, revigora uma área desfalecida, a outra, abre um novo ciclo na vida do C.O.P. Curioso e vantajoso é a proximidade e convergência entre os projectos. Ambos os Presidentes têm traquejo nestas andanças, por isso, devem ter a lição bem estudada, ou seja: uma boa almofada de sustentação para enfrentarem os custos e os cuscos. Sei que a coragem de enfrentar tamanhas dificuldades vem acoplada de um impulso, não sei, se foi um apelo do coração ou a força da razão.

Reprovo o pessimismo. Mas sempre fui uma pessimista. Provavelmente é da minha idade avançada, ou por causa dela, no entanto, é uma fragilidade que tenho dificuldade em ultrapassar. A minha descrença nestes planos vem da conjuntura actual, em que a míngua de dinheiro que nos chega à carteira some-se com a mesma facilidade, que a água de uma canastra. E todos sabemos, os estragos que as grandes obras fazem numa conta bancária. E isso amofina-me. Mas agrada-me a ideia de estar errada. Seria uma vitamina para a Freguesia e um analgésico para o meu pessimismo.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Tudo na graça do Senhor


Para além das considerações expostas aqui. O Padre Jorge protestou contra a circulação e estacionamento de carros pesados no átrio da Igreja. Aliás, frisou e sublinhou que: “o adro da Igreja é um espaço privado”.

Um bom acordo para ambas as partes, pintado em tons de concórdia e celebrado em paz no seio da família cristã. Sem dúvidas nem protestos.

A Junta de Freguesia assumiu a pintura da Igreja (uma referência da Aldeia e um monumento Nacional). É certo que vivemos num estado laico, em que nenhuma igreja ou comunidade deve ser discriminada relativamente às outras. Mediante isso e, por uma questão de coerência e imparcialidade, suponho, que o orçamento contemple uma ou duas latas de tinta para pintar a simpática Igreja dos Protestantes.




quarta-feira, 2 de março de 2011

Movimentos de Cor

A Junta de Freguesia de Pechão inaugura já na próxima sexta, 4 de Março, pelas 21h30, no edifício sede, uma exposição de pintura intitulada “Movimentos de Cor”, de Clara Viegas.
A autora é natural de Olhão, cidade onde nasceu em 1951. Actualmente tem o seu abrigo em Pechão.
Dedica-se à pintura há alguns anos, tendo iniciado com pintura em vidro e mais tarde em tela. Encontrou nesta arte energia para encarar as surpresas da vida, um refúgio e uma fonte de inspiração para o seu estado de alma.
Concluiu vários cursos de Pintura em Espanha e frequentou o Centro de Artes de Pintores Olhanenses. Começou a expor as suas obras em 1998, desde então já realizou dezenas de exposições individuais e participou em várias colectivas no Algarve e no Estrangeiro. Assina as suas obras de Magueu.
A exposição ficará patente ao público até 25 Março e poderá ser visitada de segunda a sexta das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h00.

Nota de Imprensa nº3 Proc.02 280211
Anexo: foto

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

João Corvinho

Sempre o conheci assim. De uma lisura desarmante. Vive na sua essência, sem excessos, nem artifícios, cultivando o culto da simplicidade. Discípulo leal de Martinho Lutero, responde às injúrias com paciência, à dor com o silêncio e, ao sofrimento com uma inquebrável e imutável fé. A fé das suas convicções. A sua riqueza é a virtude. Um anjo surgido em Pechão em 1963, que sempre conseguiu eximir-se das tentações tentadoras. Certamente, tem reservado um lugar no Paraíso.

26/06/2008

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Ao entardecer

Mais um dia de trabalho que finda. Na Junta e no Banco mais cedo, um pouco mais tarde mas sempre com tolerância os Mini Mercados, Drogaria, e o Talho. Mais liberais a Carpintaria, Serralharia e Espingardaria. Fins de tarde para os que chegam e para os que partem, num ramerrame que a vida imprime. Gestos cansados, rostos aliviados e o desejo de regressar a casa. A família, os sorrisos, a alegria dos mais pequenos, e a nossa. O jantar e o juntar. Os maridos que dão uma mãozinha e os que são donos do comando da televisão. Lavar a loiça, arrumar a cozinha, uma meda de roupa para passar a ferro e a máquina de lavar a trabalhar. É uma apoquentação lavrada de felicidade. Cansados. O sono e as insónias. Amanhã é outro dia.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Vassouradas

É sempre conveniente ter uma vassoura por perto. Grandes, médias ou pequenas. Varrem,para a pá, para a rua, ou para debaixo do tapete. Lixo ou incompetência, para onde der mais jeito. Se formos capazes disso.

10/05/2008

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Homenagem dos vivos aos que já não estão

"Para se chegar à freguesia do Pechão, basta seguir o vulto da igreja, que se vislumbra da EN125, por se encontrar no ponto mais alto da localidade, por entre as amendoeiras figueiras e laranjais.
No largo da igreja de onde se desfruta uma bela vista, que em dias claros se estende até às ilhas arenosas da Ria, para antes passar pelos verdes frescos dos campos e os brancos do casario, há uma pequena Capela de Ossos exterior, construída em oitocentos.
O tempo poliu os que lá estão e fez desaparecer outros tantos, retirando-lhe o sentido tétrico. O que permaneceu é a homenagem singela dos vivos aos que já não estão". Daqui.
 
Conceição Branco

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Tremor de terra e temor na sala


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Sexta-feira, 14 de Fevereiro de 1969. Faz hoje 42 anos. Noite de filme português na televisão. Os adereços alusivos ao Carnaval suspensos na sala do C. O. Pechão, formavam um halo gigante sobre os bancos apinhados de sócios e de entusiasmo. As gargalhadas provocadas pelo Vasco Santana e o Ribeirinho faziam prever uma noite perfeita.

De repente, tudo se alterou, as serpentinas começaram a enrolar-se, os balões a estrebucharem e os bancos a tremerem. A Senhorinha, esposa do Manuel Caiador, desmaiou ao constatar o sismo. O descontrolo contagiou-se e o pânico instalou-se. No meio da agitação, emergiu o director de serviço, José Nunes. Escudado no seu porte e poder atlético, contornou os obstáculos, deu um safanão no medo e foi o primeiro a pôr-se a salvo. Para depois, junto à porta de saída, desimpedir e ordeiramente ajudar os sócios a sair.

Era noite e fazia frio. Temendo a má sorte e em semblante funesto, o regresso a casa fez-se com o coração nas mãos, a oração entre dentes e o pensamento nos ausentes.


domingo, 13 de fevereiro de 2011

O 23


Resistiu, insistiu e desistiu. Mas não caiu. Admiro a persistência e o arrojo de quem à partida não corre para a classificação. Olho para o 23 e, nas suas passadas serenas e lânguidas, adivinho a alegria manhosa com que olha para o asfalto e o sorriso que esboça cada vez que é ultrapassado. A deitar os bofes pela boca é, a bondade e a doçura dos olhos que lhe aplacam a recusa das pernas a terminar a prova. O esgotamento físico parece ser o seu companheiro inevitável. E indesejável. Depois, em momento de introspecção, temos acesso à sua intimidade que revela qualquer coisa de mágico e sublime. A sua simplicidade. Talvez seja efeitos do ar do campo, ou, grandeza de carácter.