Por comiseração, muitas vezes os amparámos. Conhecíamos-lhes a linguagem, e reconhecíamos-lhes os medos. Uns bons malandros, que sofreram na pele a injustiça do julgamento fácil.
Sempre simpatizei com o ladrão de bagatelas, que a maioria das vezes pagava as favas pelo roubo de outros. Um dia mediram-lhe as costas com vergastadas, mas o verdugo esqueceu-se de medir-lhe o tamanho do coração, pois de certeza era maior que o seu. Tal como nutria uma especial admiração por um humorista, que se divertia a entrar em casa alheia para saborear folares. Deixando o seu autógrafo para autenticar a veracidade do acto. Com a justiça não se brincava, foi direitinho para a prisão. Para não falar da tristeza e compaixão que senti quando um eremita foi linchado, por ter sido apanhado em flagrante com a barriga vazia, e as mãos no grão-de-bico.
Ao invés do passado, em que éramos apenas surripiados por larápios de Pechão, hoje a coisa globalizou-se, e desde - residentes, nacionais a estrangeiros, é um fartote. Ganharam a frieza de uma bala, mas perderam o sentido de humor. Talvez por não conhecermos a linhagem, nem lhes entendermos a linguagem.
Obrigado à Dona arlapa por ter gostado do meu comentário, e pelo bom gosto da figura alentejana (uma elegância)!
ResponderEliminarEu é que agradeço a sua disponibilidade e simpatia. Bem-haja.
ResponderEliminarConheço a historia do ladrão de folares que foi para a cadeia e depois quando saiu atirava foguetes todos os anos, os outros dois não estou a ver
ResponderEliminarT.C.