sábado, 4 de setembro de 2010

Combate dos mouros (3)



José Nunes da Avó, barbeiro de profissão, sabia o texto de memória e declamava-o sempre que alguém lhe pedia. O texto é simples, e o mais importante era o espectáculo – combate final entre mouros e portugueses.
Cena I
Português - Ó do barco!
Mouro - Que deseja?
Português - Eu, capitão deste escaler, vindo dos mares do Norte e tendo que cumprir a minha missão, ás ordens do Comando Superior.
Mouro - Que deseja?
Português - Desejo falar a V. Real Majestade, El-Rei Ártabe
Mouro - Espere um momento
Cena II
Rei Mouro - Quem é?
Soldado Mouro - Não sei. Só sei que é um escaler armado e tenta penetrar em território nosso e onde V. Real Majestade governa e domina.
Cena III
Mouro - Ó do escaler?
Português - Pronto!
Mouro - Quem te mandou penetrar em águas que por direito e limites não te pertencem e penetrares em território meu?
Português - Foi o temporal que nos trouxe até esta paragem.
Mouro - Não quero saber.
Português - Eu capitão deste escaler suplico a V. majestade o vosso consentimento para nós passarmos por águas árabes em procura de mares desconhecidos.
Mouro - Não. Não quero saber. O vosso escaler será aprisionado e todos os pertenços existentes no escaler serão meus. E tu e os teus soldados serão queimados.
Português - V. Real Majestade! Nós temos que passar. Não é justo e nem é permitido que V. Real Majestade não dê tal consentimento.
Cena IV

Rei - Aprisionem o barco.
Capitão -E nós vamos passar.
Rei - Não passarás.
Capitão - Ó rapazes! Prontos! Fogo! Se V. Real Majestade não permitir a nossa passagem nós vamos para a luta. Fogo! Sem tréguas atacaremos. O vosso castelo será destruído. Fogo! Fogo! Eh! Rapazes, fogo!

E trava-se o combate para gáudio da assistência!
No fim os soldados cristãos correm para o castelo e deitam-lhe fogo. Os mouros saem pelas traseiras. Há algumas pequenas bombas colocadas no castelo para dar a sensação de tiros. Depois da destruição do castelo e da fuga dos mouros, o rei Mouro e o capitão Português dão as mãos para testemunhar ao público que foi uma simples representação. Não há intenção de espezinhar ou ofender ninguém.

Foto e fonte: “Natal no Algarve II” Padre José da Cunha Duarte e Dr. Padre Afonso Cunha

3 comentários:

  1. Era sempre um final de festa em grande estilo
    16 de Agosto de 2007 10:54

    ResponderEliminar
  2. mó tia arlapa má adonde foste desencantar isto?
    na paras de surpreender
    2 de Agosto de 2007 14:34

    ResponderEliminar
  3. tás feta ó arlapa se os moures te descobrem abrem-te um precesse em cima que numca mai guevernas vida.

    ResponderEliminar