segunda-feira, 7 de junho de 2010

O acrobata

Por esta não estavam vocês à espera. A rapaziada infestada de rugas e cercada pela gordura e pelos netos, esboça um sorriso, rebobina o filme da vida e, começa a recordar-se. Construtor de engenhocas, acrobata por natureza e, espírito livre por convicção. Um artista multifacetado.

Assisti no Montarroio ao primeiro espectáculo do Mateus Paisano, na primavera de 1944. No final, extasiada, perguntei-lhe como é que conseguia equilibrar-se sem cair. Respondeu-me com um sorriso e atirou-me um encolher de ombros.

Embriagada com a novidade e toda a complexidade perdi a noção da realidade e, enquanto o artista seguia para a Venda do Pereirinha, eu subia a geringonça. Cheguei a meio. As mãos perderam as forças e os pés os apoios. Fiz duas piruetas e bati com as costas do chão. Ganhei uma colecção de nódoas negras, as gargalhadas da assistência e duas lamparinas do meu pai.

Faço uma vénia ao leitor anónimo que enviou estas fotos. Um achado. Muito obrigada.

10 comentários:

  1. Quando eu era jovem, conheci o mateus Paisano, e ouvi falar muito nas suas peripécias, dizia-se que trabalhou num circo, e que andava na bicicleta em cima de um pôço, mas só agora, consegui ver o homem em acção.
    Falei com ele algumas vezes, uma vez confidenciou-me, que tinha um sonho, queria construir um casino flutuante, mas que o Estado Nôvo não permitia batota, por isso tinha de ficar só com o sonho.

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  2. Tive o privilégio de conhecer e conversar com o Mateus Paisano, era um um homem com ideias muito avançadas para a época.Nunca tinha visto estas fotos, obrigado a quem as partilhou connosco.

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  3. Mateus de Sousa Pires, mais conhecido por Mateus Paisano, um artista de Pechão que calcorreou o mundo fazendo piruetas em cima duma bicicleta.
    Magnificas fotos D. Arlapa.

    O Observador

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  4. Bonitas imagens de um passado longínquo e que homenageia um trapezista natural de Pechão,que eu desconhecia.
    Mateus Paisano fica assim recordado,e entra na memória dos mais novos que não o conheceram pela homennagem da D.Arlapa.

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  5. Será que esta casa, é a venda do Manuel Pereira, onde é hoje o restaurante Portugal Antigo? desculpem a minha ignorância, mas quando esta foto foi feita, eu ainda não existia, embora já seja um sexagenário.
    Muito Obrigado à d.Arlapa por nos mostrar a história talqual ela foi. Se for esta a mencionada casa, foi aqui, que a autoridade maxima de pechão se alojou por muitos anos, pois era a casa do regedor

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  6. Ó menina arlapa ou eu ou você estamos enganados, é que eu tambem tive nesse dia a ver o Mateus Paisano, e parece-me que foi nos mastros que o pPreirinha fazia. E quanto ao episodio que conta quem lhe deu os tabefes foi o seu irmão e não o seu pai. Vou ficar por aqui, talvez esta conversa não lhe interese muito.
    velhote

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  7. Há ai um comemtarista q diz q ninguem elogia pois eu digo - espetaculares fotos com um texto muito bem conseguido. parabnes á D. Arlapa e a quem mandou as fotos.

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  8. Estive entretida a ler toda a história sobre o Mateus Paisano,nunca me passou pela cabeça que existissem ainda fotos daqueles tempos, a casa onde está o Portugal Antigo ainda não existia, essa foto é tirada no espaço que havia ali ao lado,nessa altura a Estrada de Pechão ainda era de terra batida,o Regedor era o Joaquim do Angelo,a venda do M Pereira era do outro lado da Estrada em frente ao P Antigo,lembro ainda hoje de ver o Mateus a andar de bicicleta em cima do gargalo do poço da amendoeira,ele era muito engenhocas, a primeira maquina de ceifar trigo,cevada e aveia,nesse tempo, quando ainda se semeava as terras, foi feita por ele,era ele que trabalhava com ela a ceifar.Lembram-se de quando a estrada era em terra batida,lama por todos os lados,nessa altura os buracos da estrada eram mais que muitos e ninguém se queixava,para quê.TIBIA

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  9. e a enfardadeira que ele fez?

    ti joão

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