Independentemente do que se possa ler nas entrelinhas, os comentários do Lizard, sempre demonstraram maturidade e inteligência. Hoje, com elegância, decidiu brindar-nos com uma história de vida, vivida ao ritmo do badalo das ovelhas e da melodia do acordeão.
A fim de dar uma ajuda na divulgação de Pechão, e dos Pechanenses, trago-lhes aqui o rosto e a história de um homem de Pechão, que foi muito popular nos anos 20´,e30, do século passado, abrilhantando bailes, mastros e escarapelas, com o seu "fole" (acordião).
Seu nome - João Custódio. Nasceu em vale de gralhas, em 1900 a sua mãe era cega, mas fazia todo o trabalho doméstico, e ia às compras a Olhão, na sua burrinha russa, que tinha cruise control. Seu pai era pastor, e possuía um pequeno acordion de que não se sabe a origem, mas que costumava tocar enquanto as ovelhas pastavam. O pequeno acordion, era o fascínio do João, andava afito para lhe tocar, mas o respeito do pai falava mais alto, mas um dia encheu-se de coragem, pegou no instrumento e tirou-lhe algumas notas, quando o pai chegou a casa, aproximou-se do João mas ao contrário do que ele receava, não lhe ralhou, e até gostou das notas que o seu pequeno tocava, achou que ele tinha jeito para a música.
Seu nome - João Custódio. Nasceu em vale de gralhas, em 1900 a sua mãe era cega, mas fazia todo o trabalho doméstico, e ia às compras a Olhão, na sua burrinha russa, que tinha cruise control. Seu pai era pastor, e possuía um pequeno acordion de que não se sabe a origem, mas que costumava tocar enquanto as ovelhas pastavam. O pequeno acordion, era o fascínio do João, andava afito para lhe tocar, mas o respeito do pai falava mais alto, mas um dia encheu-se de coragem, pegou no instrumento e tirou-lhe algumas notas, quando o pai chegou a casa, aproximou-se do João mas ao contrário do que ele receava, não lhe ralhou, e até gostou das notas que o seu pequeno tocava, achou que ele tinha jeito para a música.
A partir daí o João estava encantado em menos de um foguete, aprendeu todas as marchinhas, passe dobles, tangos e corridinhos, aos dezasseis anos comprou um "fole" profissional em segunda mão e tocava em tudo o que era baile. E em especial no do Manuel João Calé.
Lizard
Obrigado Lizard por mostrares aos mais novos as dificuldades que havia antigamente. Agora há escolas de musica e instrumentos comprados pelo papá.
ResponderEliminarTi João
Os meus parabéns à administração do blog, por nos fazer recordar pessoas mais, ou menos importantes na história da nossa aldeia.
ResponderEliminarEu conheci bem o tio João Custódio, depois do casamento, e do nascimento dos filhos, o João, vendeu o acordeão,comprou umas terrinhas, e dedicou-se à agricultura, quando o filho mais velho já estava crescido, entregou-lhe o manejo das terras, e emigrou para a Venezuela, onde amialhou umas bolivas, com que comprou mais umas terrinhas, e voltou a Portugal, onde se dedicou ao cultivo das amendoeiras, alfarrobeiras e figueiras. Depois de ter a sua vida estabilizada, voltou ao sonho antigo, e foi a Paris, nos anos 50 só para comprar um acordeão que ele gostava, mas então só tocava por prazer, em casa, em festas com os amigos, e quando lhe pediam. Foi um homem muito especial, morreu um pouco antes de fazer 90 anos, na companhia do seu acordeão.
Ó D. Arlapa!
ResponderEliminarA Senhora Faz-me corar!
Muito obrigado pelas palavras. Realmente eu acho que é nosso dever de Pechanenses, não deixar esquecer pessoas que fizeram parte da nossa História, porque é sobre ela que nós assentamos as nossas vidas,e(como disse alguem)
a nossa identidade.
Cumprimentos
Lizard
Parabems amigo Lizard por nos trazer ao conhecimento figuras queridas da história da nossa aldeia.
ResponderEliminarNão me recordo muito bem do Tio João Custódio,mas tenho da minha infância uma vaga recordação do seu nome.
Cpts e obrigado
Osvaldo Granja
Óh!
ResponderEliminarD.Arlapa
Que triste idéia, de tirar daqui a "Bordeira antiga", para pôr "esta coisa"(Monster`s of folk) Bem!... ninguém é perfeito!
Cumprimentos
Lima
Ó Lima!
ResponderEliminarEu também já fui feliz ao som do acordeão. Mas então e a globalização?
Bons velhos tempos mas esse acordionista de va le de gralhas parece-me que na altura isso ainda era Estoi,como ainda hoje é, embora a familia privasse mais em Pechão e o baile do Manuel João Calé era o do Montarroio ( Pechão) onde no final havia sempre disputas da musica do teso.Isso eram outros tempos que se trabalhava de sol a sol o almoço era uma algibeira de figos e o cantaro de zinco cheio de água e pão com azeitonas.Não havia as moderniçes de hoje, era tudo mais puro e mais saudavel,é tão bom recordar,era um sossego não havia preocupações com o transito nem com os ruidos que hoje acontecem dia a dia na Aldeia,era a taberna do João Tanganho, a do ´Zé da Quinta, a do Zé Espanha e no Lamaceiro o Joaquim do Angelo e no Montarroio o J.Pereira,(depois Pereirinha mas com novas instalações) e na Charneca o Parabila. Entretanto apareceram outras,foi o João Moleiro,o L Barbosa, o Buraco,o Zé Simão. Hoje é o que está,mais desenvolvimento,a abaram as mercearias/tabernas, existem cafés, bares, minimercados enfim,até uma farmácia já existiu e desapareceu por via do Reprogresso,tudo tem mudado e muito mais vai mudar,pena é não ser sempre para melhor,esperemos que a crise seja passageira e que a nossa terra não seja grandemente afectada,existem bons recursos na freguesia,especialmente na agricultura, silvicultura, enfim no aproveitamento daquilo que a terra nos pode dar,tem que se saber aproveitar,não vamos cruzar os braços esperando que as coisas caiam do céu.TIBIA
ResponderEliminarÓh Ti Bia!
ResponderEliminarPor favor não diga que o tio João Custódio era de Estoi, porque ele iria ficar muito ofendido, Ele era um pechanense de "Alma e coração" Estoi era só para ir ao mercado, ele tinha muito orgulho no seu "mato largo" como ele chamava ao lugar onde nasceu. Só mais um reparo, a venda do Montarroio, era do Manuel Pereira, depois passou para o Pereirinha (seu filho)
Ao
ResponderEliminarSr. Osvaldo Granja
Amigo fiquei muito feliz por ter apreciado a história do Tio João Custódio, Você é um pouco mais nôvo, não se deve lembrar dele,mas se eu lhe der umas dicas, você chega lá, o tio João Custódio, era o pai do Mestre Forival Custódio,
Empreiteiro da construção civil, foi ele quem construiu o baile nôvo do Manuel joão Calé, e ávô do Advogado Olhanense Dr. Fernando Paulo Custódio.
Cumprimentos
Lizard
Ó d. Arlapa
ResponderEliminarO que é que a Globalização tem a ver com o mau gosto?
Comparar a Nossa Eugénia lima (minha parente) com Essa música estapafurdia do Rock and Roll,
não é possivel. O Acordeon, está inserido bem no centro da alma Algarvia. Tem-se gasto p`rái
tantos fundos públicos, com desportos, e shows "de trazer por casa", não sei porquê os nossos autarcas, ou identidades ligadas ao recreativismo, não promovem mais concursos, e espectaculos com acordeons, e música popular Algarvia.
A titulo de informação, Há um excelente baile em Stª Barbara de nexe, ao Sabado e ao Domingo, onde o dono faz questão que só se houça música de acordeão, è uma recreação dos bailes dos anos do século passado, e é um prazer enorme ver aquelas pessoas contagiarem-se pela música do acordião, e durante duas ou três horas, não há "pec" que lhes tire o sorriso do rosto.
Amigo Lima
ResponderEliminarAlem de outras coisas, (boas e más) é também a integração cultural, por isso, nada melhor que ir vendo e ouvindo um pouco de tudo. Ou se calhar sou eu a armar-me em velha gaiteira, com a mania das modernices.
Senhor Lizard
ResponderEliminarJá estou situado com a sua explicação.
Muito obrigado,
Osvaldo Granja
Amigo Lizard essa para mim agora é nova,deve ter havido para aí alguma alteração,o Mato Largo sempre foi e é Estoi,lembra-se daquela que chamavam a Zorra do Mato Largo, pois bem isso aí é tudo Estoi, até mais recentemmente fizeram um hotel e dizem que é em Pechão.Se fizesse uma separação em rede entre as freguesias o mato Largo é todo de Estoi,tá bem.TIBIA
ResponderEliminarÓ D. Arlapa a Srª convenceu-me com essa da integração cultural, a partir de agora vou ouvir muita música country de tenassee, para ver se me integre na cultura Americana, porque isto cá pela Europa anda muito mal.
ResponderEliminarEu acho que esta Ti Bia é um agente secreto disfarçado, ao serviço do Macário Correia , para nos roubar território de Pechão para Estoi.
ResponderEliminarOlhe lá Ti Bia não há maneira no mundo , que faça o Tio João Custódio ser de Estoi, Ele foi um Pechanense mais ferrenho que conheci.
cumprimentos
Lizard
Amigo Lima
ResponderEliminarTambém não é preciso exagerar. Estou de acordo consigo na defesa da nossa identidade e na preservação das nossas raízes mas, peixe frito todos os dias também enjoa, e nada melhor que uma estrangeirada de vez em quando para desenjoar.
Amigo Lizard- Para terminar este dialoço ainda perco o meu precioso tempo para o informar que O Lugar de Valdegralhas pertençe pate á freguesia de Estoi e outra parte á fraguesia de Quelfes,Pechão náo tem Valedegralhas.Tal como nesses tempos, ainda hoje existem pessoas residentes nessa raia,entre freguesias,moram em Estoi,mas fazem a sua vida em Pechão, caso do Reminaldo Santos,casa familia do Lopes Brito(surdo),caso da familia Sarinho, caso da familia josé Mocho(rico)cuja partinha lhe passa pelo meio da horta em frente da porta.Isso é tudo gente que não vivem em Pechão mas fazem a sua vida aqui,Só váo a Estoi ao Mercado,tal como o Tio Zé Custódio e a familia fazia-O Florival não era muito de vir para Pechão,ia mais para Quelfes.Com isto termino esperando ter aclarado a situação,não sou espião do Macario,não senhor,não gosto é que ponham cuspo atrás das orelhas, já não tenho idade para isso. Disse TIBIA
ResponderEliminarÓh Ti Bia!
ResponderEliminarEssa do cuspo atrás... da orelha, já há muito que não ouvia tamanha graça, mas fique descançada que eu nunca faria tal coisa.
hoje mesmo fui rever uns documentos antigos, e posso-lhe garantir que de acordo com a conservatória do registo civíl de Olhão, o cidadão João Custódio, nasceu na freguesia de PECHÃO, no dia 22 de Agosto de 1900.
Fiquei maravilhado com todo o seu conhecimento de pessoas e factos desse tempo, a senhora já deve ter alguma idade, mas mantém a memória fresca e lúcida, parabéns!
Essa do registo de nascimento até parece anedota,antigamente havia muita gente que era registada,já grande,bastava p+assar pleo Registo e fazar a declaração,uns apareciam dentro de uma alcofa pendurfada numa figueira e era registado com o nome de francisco achado,como dum que eu conheci, já falecido, mas essa história dos registos nesse tempo não era como agora.Demais, fique o meu amigo a saber que o sítio de Vale de Gralhas,nunca foi da freguesia de Pechão,nem ontem nem hoje, não se esqueçaF.F..TIBIA
ResponderEliminarÓh Ti Bia!
ResponderEliminarO João Custódio nâo foi achado dentro de uma alcofa pendurada em alguma figueira, nasceu na sua casinha humilde, em que a sua mãe sega deu à luz, ajudada pela parteira Tia Anica, que era quem na altura, ajudava aos partos na região, como não havia ainda leite "nido", bebeu muito leite de ovelha ordinhado pelo seu pai, e a verdade é que nunca andou mal da barriga, e foi das pessoas mais saudàveis que conheci. Quanto ao sitio de vale de gralhas, de acordo com umas pesquisas que agora fiz, realmente dizem que é Estoi, só não compreendo, é que "trocas baldrocas fizeram," porque, quando eu fui rapaz nôvo aquele sitio era pechão, mas isso é uma pergunta que eu tenho de fazer ao nosso mui digno presidente da junta!
Ó D.Arlapa!
ResponderEliminarEu sei que não fui muito simpàtico consigo, mas tambem não precisava ser tão "mazinha", então agora pôe-me três videos vazios? assim antes queria o Monster`s of folk
Amigo Lima
ResponderEliminarO eclipse dos vídeos deu-se devido ao meu analfabetismo informático. E para os repor, tive que esperar por quem sabe da poda. Como forma de agradecimento pela sua colaboração, em vez de três, optei por colocar quatro vídeos. Espero que goste. (realmente, “Monsters” num blog que se quer asseado e arejado não lembra a ninguém)
Não se preocupe com a sua pouca simpatia, comparado com os enxovalhos que recebo constantemente, você não passa de um menino de coro. ( que eu muito aprecio )
Ó d. Arlapa Olhe que de "menino de côro" não tenho nada, nem a minha querida professoura D. Armanda, que era um "sargento", conseguiu alinhar-me em qualquer formatura, fui sempre um rebelde e por vezes paguei caro por esse direito. Agradeço muito os videos, e por este espaço magnífico, onde todos podemos expor o que nos vai na alma, fico aguardando os seus belos textos, e o convinte para o tal cafézinho
ResponderEliminarpessoa amiga diz-me que era grande amigo e repetia era muitas vezes a mesma musica. se calhar o pessoal gostava
ResponderEliminarti joão