A azáfama diária começava cedo. Vidas cheias, preenchidas de utilidades obrigatórias ou pequenos nadas. Numa parte do cérebro ainda activo, está guardado a memória de uma época dura, mas, simultaneamente tranquila. A vida era cruel porque não nos proporcionava opções melhores. Trajectos e rotinas que renovávamos diariamente - um quarto de banha na Tia Anica Moleira, um pacote de açúcar amarelo e dois colchetes na Sra. Raminhas, meio litro de azeite na Bia Espanha, contas feitas de cabeça ou no papel cinzento.Um desconforto para as meninas naquele paraíso de homens. A coscuvilhice dos mexericos e aquela sedutora sensação de familiaridade, que encombre defeitos e virtudes. Pontos de encontro e lugares de acção não faltavam - José Serafim o sapateiro das meias - solas, Sr. Costa o alfaiate, num constante baixa a bainha, sobe a bainha, José Espanha incansável, mas cansado da sua carpintaria, o barbeiro Joaquim Abel e seus coloridos pássaros, o albardeiro, João Russo e a oficina de bicicletas. Uma palavrinha afável ao sempre bem disposto Chico Carpinteiro, o Mestre Guerreiro sempre mais comedido, mas sempre uma grande cumplicidade entre ambos. Uma chalaça ao Mestre Emídio e ao Tio Rufino numa perfeita harmonia. E quando a fome apertava, o Tio Pardal sempre disponível a untar com azeite um naco de pão. Eram os trajectos que nos faziam sentir bem e, vivos.
08/09/2007
08/09/2007
outros tempos em que as pessoas eram mais solidarias e amigas, tempo da pobreza e da repressão. mas com diz a Helena "pechão era mais tranquilo quandoera pobre".não se pode ter tudo
ResponderEliminar9 de Novembro de 2007 19:05
Antigamente Pechão não era nada do que é agora: As estradas eram de terra batida, não havia mini mercados, só havia a venda da bia espanha, o baile antes era atrás do café do Zé Arlindo, não como agora, que para ir ao baile é preciso ir a Faro ao baile do "rio seco" por exemplo.Isto só para mostrar três das poucas coisas que havia antigamente, coisas que não são tão "xics" como agora mas que ficarão sempre para a história.
ResponderEliminar10 de Novembro de 2007 23:34
Antigamente (não muito) a malta que quisesse jogar "snooker" tinha que ir ou a Olhão ao café Avenida ou a Faro ao café Paris ou ao Coiro da Burra à do Casanova, Em Pechão estava-se limitado aos Matraquilhos á do ti Virgilio, ao Laranginha no COP e mais tarde ao Ping-Pong tambem no COP.
ResponderEliminarQuanto a cinéma tinhamos algumas sessões no COP.
Bailhes não éra só como a Floribella diz éra tambem no clube e no Armazem do Manuel João Calé, alem disso tinhamos tambem os mastros na altura do São Joao e d'ínverno havia as "rifas" que algumas raparigas organizavam (Ti Arlapa que tal dedicar 1 post ás "Rifas"
11 de Novembro de 2007 14:45
Lembrem-se os Blogers que gostam de comentar o antigamente, que o progresso também chegou a Pechão, senão veja-se, aqui á cerca de 90 anos atráz Pechão era escrito PEXÃO,tudo na vida muda,os bailes no salão do Manel João Calé, os Bailes no salão do Sebastão do Vale,na Esplanada, no verão no quintal da venda do Luciano Barbosa, na esplanada atráz do Salão do Manuel João Calé. Os torneios de malha nesse espaço onde faziam o Baile atraz do salão de Baile do Manuel João Calé, outro campo de malha que existia atraz onde estã hoje a Caixa Agricula, outro terreno de malha que existia hoje onde está preservada a Fonte dos Milagres,outro terreno de malha que existiam dentro do quintar do tio Zé da Quinta (mais tarde Zuca)outro terreno de malha que existia em Belomonte ( Montarroio) na casa do Sr Pereirinha, outro ainda do Sr Sebastião doVale atraz do clube apanhava parte de onde está edibicado o Bar do Clube.Sabem que o Clube antes de estar onde está, teve a sua sede na casa do Zá da Quinta, pegado á casa do tio Zé Pardal e saiu daí para ir para a casa do Armindo Barbosa, ao lado do que é hoje uma espingardaria e daí veio para onde hoje está, deixando o Sebastião do Vale de fazer Bailes. Tudo muda minha gente,se isto é progresso, ele chegos a Pechão, embora atabalhoadamente,digo mesmo desordenadamente tal como agora e irá continuar até quando.Não se vislumbra nada que nos dê optimismo para o futuro, As ideias são todas para o presente enquanto não aperecer alguám que pense em termos futuros vanos continuando assim. Jáh me alonguei demais era matéria para outros temas, mas falando do antigamente, com conhecimento de causa,até me perco.
ResponderEliminarMALDONADO
18 de Fevereiro de 2008 19:42
Carissimos, andei dando umas voltas ao meu baú e vou corrigir algumas gafes na apresentação do tema, porquanto,o José Serafim era barbeiro e fazia competência com o Joaquim Belo Velasquez que trabalhava no canto onde hoeje mora a Sr Valentina, mãe da Nidia,e o José Serafim,barbeiro, numa dependencia que hoje faz parte do armazém de vinhos do Sr António, pertença do Armindo Barbosa.Quanto ao sapateiro da altura,não era José,ele chamava-se Joaquim Serafim e irmão do José,OK,tinha a oficina na casa onde hoje mora o Venceslau Tanganho.Naquele tempo havia muito comercio em Pechão, muita actividade em profissões liberais,porque os empregos eram escassos.Quanto ao Sr Costa está correcto era o alfaiate da elite, homem de muito bom porte distinto e para o meio era muito culto.Sobre os passaros do Joaquim Belo direi que também os tinha mas o meis afamado era o tio Calerça que quase não fazia mais nada, era apanhar e vender pintassilgos até pintava os pardais dda cor daqueles para os comercializar,contudo fazia umas barbas no Lamaceiro, também era barbeiro de fim de semana, na taberna do Joaquim do Angelo.Muito havia mais para dizer mas, como esses assuntos não foram trazidos a lume, não vou agora estar a relatálos.Ouve mais carpinteiros em Pechão,tio José Marcelino,o tio
ResponderEliminarMontarroio,mais abagoões o tio José Gago, ferreiros o tio José Norte, enfim seria o não mais inumerar de gente. Já repararam do que foi feito da continuidade, Zero,e tudo o vento levou.Nada disso já existe em Pechão. Os tempos são outros, melhores, mais riquesa mas menos convivencia não há aquela solidariedade do antigamnte, hoje as pessoas mal se conhecem,muitos até fazem da Aldeia um dormitório apenas e de resto nada mais lhe intessa. São as moderniçes as novas vidas do actualmente ignoram-se mesmo visinhos. MALDONADO
18 de Março de 2008 21:07
Caro Maldonado, apreciei muito os dois comentarios acima, é disto que nos precisamos para não deixar que as memorias de outros tempos se apaguem, seria melhor se pudesse nos documentar com algumas fotos, mas asim já é muito bom.
ResponderEliminar19 de Março de 2008 0:32
uma foto desse tempo seria interessante.
ResponderEliminartito
19 de Março de 2008 10:59
Resumo das actividades économicas de Pechão 2008:
ResponderEliminarNo sector Agricola ainda temos varias explorações:
- Cultura arvense de sequeiro,Alfarrobeiras,Amendoeiras, figueiras , mas nos ultimos anos o pessoal tem apostado mais na cultura da alfarrroba.
-Cultura de pomares de regadio principalmento citrinos mas tambem pessegos ameixas e uva de mesa
-Estufas de tomate, feijão verde, melões, pepinos , pimentos, e outros produtos em menor escala
- Ao ar livre melancia, batatas, tomates , ect..
No sector industrial temos:
-carpintaria, ferreiro, oficinas de reparação automovel, oficina specializada em pneus, oficina de ar condicionado, grafica, e de momento não me lembre de mais nada neste sector, poderiamos ter se lhe tivesse sido dado condições para se instalar uma jovem Empresa de Aluminios fundada por tres jovems de Pechão estou a me referir a JPO
No ramo da construção civil temos:
-Uma central de Betão, e varios pequenos empreiteiros
No Sector dos serviços temos:
Varios contabilistas e mediadores de seguros e um Banco
No sector do comercio temos:
-Varios mini-mercados, cafés e restaurantes, uma farmacia, uma espingardaria (coisa que Olhão sede de concelho não tem), temos drogaria.
Não temos um sitio onde comprar um jornal ou uma revista, nem onde registar apostas de totoloto ou euromilhões.
No sector cultural e recreativo temos:
-O Clube Oriental de Pechão que ainda vai organizando ums bailhinhos e comparticipa na oragnização de eventos como o Festival do Folar, o Rock na Ribeira, e a Festa de Pechão; temos tambem o jovem Grupo Motard que apesar da sua juventude está empenhado em mostrar serviço, e naõ podemos esquecer a Junta de freguesia que sempre vai organizando ums passeios e promovendo algumas exposições
No sector desportivos é que estamos mais pobres pois se eu não estiver enganado só temos o Atlétismo e o futebol veterano.
Este é o relato que eu fiz só de memoria por isso péço desde já desculpa por alguma omissão
19 de Março de 2008 17:45
Homem bomba esqueceste do SPA canino, do talho, da farmacia, e das excursões da Maria João.
ResponderEliminar19 de Março de 2008 19:28
temos uma equipa de veteranos e outra de seniores a disputar o Inatel em futebol de cinco.Aquilo que para que o clube foi criado Futebol de 11, infelizmente não temos. Mas não podemos perder a esperança de ver no antigo estádio Viriato os nossos jovens.
ResponderEliminar19 de Março de 2008 19:54
Pois de facto esqueci-me do talho, da farmacia e do Hotel Canino, tambem me esqueci do Hotel de Charme "Quinta dos Poetas", do centro de Dia Pantoja Soares e devo me ter esquecido de muito mais.
ResponderEliminarNo capitulo daquilo que não temos estou me lembrando que não temos um Ciber Café tambem e seria muito util para a nossa juventudue que ainda não tem internet em casa, e para quem visita Pechão poder ter acesso ao seu Email.
20 de Março de 2008 16:45
Afinal o amigo BOMBMEN além da música, também tem dotes de historiador e, pela descrição que apresenta sobre o campo, parece ser,na verdade,entendido na matéria, será que já alguma vez semeou batatas com a enchada deitando terra para cima dos pés, olhe que nos tempos aureos em que o povo vivia práticamente do que custivava e a tera produzia, empregos não havia,aqui em Pechão, era assim, incluindo aqueles que tinham uma actividade liberal,por conta própria,abagoão,carpinteiro, ferreiro,etc, isso não chegava,também tinha que cultivas para o xopexope, muitas vezes fazia-se horas extra até noite á luz da lua,Bela Mandil e Torrejão era o senário.As estufas já fazem parte da modernice,quando começaram a parecer as denças raras que antes não se falava delas.
ResponderEliminarDesenvolve o seu texto passando da agricultura para a industria que, ao fim e ao cabo não passa também de actividade individual, esqueceu-se dos aluminios duma empresa de Pechão "ALUMISUL".
Na construção, prolifera um pouco de tudo por toda a freguesia, meio individual meio familiar,para não falar nos que nada percebem disso mas nela andam enrolados.
Comercio e serviços esqueceu propositadamente os Supermercados LIDL e MODELO,onde estão instalados,também é Pechão, aponte aí.Sem falar na Piscicultura, na produção do Sal etc etc.
Na cultura,recreio e desporto, refere e muito bem, o Clube Oriental de Pechão, o jovem Grupo Motard, ignora o ACP( Associação de Caçadores de Pechão),com sede no Polidesportivo,cuja existencia data de 2003 estatutariamente constituida, com idoniedade,desde há dois anos efectuou um repovoamento na freguesia de 20 casais de perdizes,que já se reproduziram e dá alegria vela por diversos locais nos sítios da Freguesia, como antigamente.A Associação semeia trigo e centeio em diversos locais para alimentação das espécies cinegéticas, além de outras formulas, como comedouros e bebedouros em pontos estratégicos. Além disso o ACP tem participado em outras actividades de parceria, por exemplo torneio de Petanca a quando dos festejos do 25 de Abril,provas de tiro ao prato enquanto a lei o permitiu.
A Associação participa activamente no dia Nacional do Caçador pelo Ambient desde sempre e, este ano de 2008, já está agendado o dia 18 de Maio para o efeito. o ano passado foram recolhidas na freguesia de Pechão cerca de 2 toneladas de lixo diverso, entre pneus, maquinas de lavar roupa,frigorificos,fogões etc etc, cuja venda desses materiais como sucata no ano anterior,o seu produto foi para a compra duma televisão,posteriormente oferecida ao Asilo de Olhão.Lembro que esta acção no interesse do bem comum visa a limpesa do espaço de toda a Freguesia, além dos promotores do evento,nele podem participar toda a sociedade civil e outros.Espero tenho deixado algo de novo,para o meu amigo enriquecer os vossos conhecimentos,por agora é tudo,tem aqui um amigo ao dispor. MALDONADO
20 de Março de 2008 21:25
Tambem temos um distribuidor de vinhos e um criador de ovelhas que por sinal é o que se pode designar um caso de 2 em 1.
ResponderEliminarJoe Berardo dixit
20 de Março de 2008 23:40
Caro Maldonado ou será Mal-Amado, ainda não entendi o porqué da sua azia, ás tantas não é defeito mas será sim o seu feitio.
ResponderEliminarPergunta vossa Exa se já semiei batatas, pois já semiei de facto.
Quanto aos esquecimentos de que me acusa nenum deles foi propasitado foram antes sim fruto de distracção, poi tambem não me lembrei da oficina de torneiro do Dionisio.
Quanto ao Supermercados Lidl e Modelo tambem não os referi por lapso. falando nas omissões tambem não referi as casa de férias que são alugadas aos turistas a preços exorbitantes e das quais o fisco não vé um centimo.
Outro lapso do qual peço desde já desculpa, foi o de não me ter lembrado do clube de caçadores.
Eu sei que se o pessoal participar ainda se há-de descobrir mais omissões.
21 de Março de 2008 17:15
Da forma como escreve e pelo que escreve, o Sr. maldonado é o comentarista que melhor conhece o passado e o presente de Pechão, por isso, julga-se no direito de tratar os outros por idiotas e imbecis.Mas tá certo.
ResponderEliminar22 de Março de 2008 20:06
Amanhã é segunda-feira de Pascoa, antigamente nesse dia, as gentes de Olhão e das aldeias circundantes, juntavam-se num grande festa que se organizava no Cerro da Cabeça. Será que A Dona Arlapa ou o Danilo ou o Senhor Mal-Amado não tem umas fotos ou relatos dessas festas. Eu ainda cheguei a ir umas vezes nos anos oitenta mas acho que antes dissoá festa éra melhor pelo menos a acreditar no qu diziam os mais velhos.
ResponderEliminar23 de Março de 2008 21:23
Não vi aqui ninguem falar do lagar de azeite, que havia em Pechão. Bom Dia. A.P.
ResponderEliminarE havia a junta de freguesia que tinha tr~es homens a trabalhar nas ruas e que agora tem quatro mulheres a trabalhar lá dentro e só um homem a trabalhar na rua.....
ResponderEliminarO Donald
E para quem gosta de ouvir a boa musica ao vivo e de dar um pézinho de dança também pode ir ao GRANITOS BAR, que fica no sitio do Lamaceiro.
ResponderEliminarEste sitio, apesar de pouco referido anteriormente julgo que também pertence á freguesia de Pechão.
E se há pessoas que merecem um lugar de destaque na tribuna de Honra dos nossos ilustres antepassados, não podemos deixar de referir o nome de Manuel Pereira Junior, mais conhecido por Pereirinha, que foi comerciante e teve durante muitos anos uma taberna na nossa freguesia, no sitio de belmonte de Cima.
ResponderEliminarQuem teve o prazer de privar de perto com o Pereirinha, sabe que foi uma pessoa dotada de uma grande dignidade e possuidor de um carácter excecional e que estava sempre pronto a ajudar os seus amigos.
Merece também ser lembrado pelo contributo que sempre deu a esta freguesia tanto a nivel social como cultural, tendo durante muitos anos participado como musico nos diversos agrupamentos ( Ranchos, Marchas, Pauliteiros, charolas, etc ) que se formavam para abrilhantar as festas tradicionais que se iam levando a efeito.
Embora não fosse musico profissional, dedicou sempre muito do seu tempo a esta nobre causa colaborando também na execução das musicas e das letras das canções que eram tocadas e cantadas por esses grupos, tendo como colegas na tarefa do acompanhamento musical nomes que também merecem realce como o Sr. Jose Espanha, o Sr. Anaclete Tanganho e nos ultimos anos em que teve essa participação já a companhia do Emiliano Silva ao acordeão.
O seu instrumento predilecto era o banjo, que tinha sido fabricado por ele há mais de 60 anos e que ainda hoje temos o prazer de ouvir a sua impar sonoridade ao ser tocado pelas mãos de um seu descendente, ( Nuno Marcos) que na companhia do Emiliano Silva ao acordeão e do João Norte á Viola acompanham de forma brilhante o mágico ritual dos pauzinhos a bater, fazendo alegrar dessa forma todos os corações daqueles que tiveram o prazer de conhecer o grande amigo Pereirinha.
Há pessoas e factos que pelas suas grandes qualidades e nobreza, não podem nem devem ser esquecidos.