domingo, 13 de fevereiro de 2011

O 23


Resistiu, insistiu e desistiu. Mas não caiu. Admiro a persistência e o arrojo de quem à partida não corre para a classificação. Olho para o 23 e, nas suas passadas serenas e lânguidas, adivinho a alegria manhosa com que olha para o asfalto e o sorriso que esboça cada vez que é ultrapassado. A deitar os bofes pela boca é, a bondade e a doçura dos olhos que lhe aplacam a recusa das pernas a terminar a prova. O esgotamento físico parece ser o seu companheiro inevitável. E indesejável. Depois, em momento de introspecção, temos acesso à sua intimidade que revela qualquer coisa de mágico e sublime. A sua simplicidade. Talvez seja efeitos do ar do campo, ou, grandeza de carácter.

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