segunda-feira, 4 de abril de 2011

As rotinas da Ruca

Ares circunspectos, antevêem conversa séria na mesa do canto. Numa cadeira privilegiada frente ao televisor, olhos fixos, a mulher de meia-idade embevecida com o “Preço Certo”, enquanto a colega vai olhando para as mãos, e uma outra vai olhando para todos. Os habituais, encostados ao balcão mini na mão brilham felizes. Dois forasteiros de passagem ou paragem, rostos fechados, olham sorrateiramente enquanto bebericam um café. Ao fundo um rapaz olha para a sandes de queijo e para empregada, não sei quem ele cobiça. Um homem de rosto vincado pelas agruras do tempo come com sofreguidão uma tosta. O jantar vem tarde, ou não chega. Atenta a funcionária, relança um olhar controlador. Mais três minis? Café? Partidas e chegadas. Caminhos que divergem e convergem. Caminhos que se cruzam. É outro dia que passa. Amanhã voltam estes,... ou outros.

29/06/2008 

1 comentário:

  1. Pode-se dizer que a Pastelaria Ruca é hoje o centro da aldeia, onde quase toda a gente passa para ir ao talho, ao peixe ou á mercearia.
    Já foi aquele ponto da nossa aldeia assim, quando lá existiu a venda do sudoso Zuca ou a merceraria da Senhora Raminhas.
    Depois destes passou pelo café do Lucianio Barbosa, hoje do Zé Arlindo, e também pela venda do Zé Neto.
    Sitios de encontros de outros tempos ,

    O Observador.

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