Se há pessoas que sinto falta, é de ti. Então pelo Natal a dor no peito agudiza-se. Os bolinhóeis a boiar no óleo a ferver, as trutas prenhas de bata doce, e o teu ar atarefado ao comando da frigideira. Um ritual que nunca dispensavas.
Transpiravas, pelo calor e pelo nervoso miudinho, o medo de não ficar tudo na perfeição. Mas ficava. Porque tinhas a medida na mão, e a sabedoria no coração. Depois, vinham os fardos de alegria e de gula, que debulhávamos de boca cheia, enquanto o açúcar se esgueirava para os cantos da boca e o mel escorria por entre os dedos, e eu lambia. E tu sorrias. E afogavas os bolinhóies, numa tigela baça debruada a azul cheia de café preto.
Indefesa perante a melancolia, rumino a angústia, entrecortada com lágrimas vindas de uma ruga em forma de algeroz, engulo tudo, com uma tristeza que rasga e esventra-ma as certezas. E no silêncio entre o desgosto e a saudade, volta o travo amargo da realidade. E a dor no peito.
Os melhores bolinhóis que já comi eram feitos por uma pessoa muito querida de quase toda a gente de Pechão e que infelizmente já não está entre nós mas que continua viva nos nossos corações era a Ti Valentina eu tive o previlégio de ser sua amiga apesar de não ser de Pechão mas moro cá há mais de 30 anos e ela fazia questão de sempre me oferecer os seus celebres e fôfos bolinhóis pelo Natal
ResponderEliminarCeleste
ResponderEliminarMuito bem observado. A Valentina fazia uns deliciosos bolinhóis, que tive o privilégio de provar. Mas, também como pessoa era excepcional. Uma Santa.
Sim no Natal falta sempre alguem ou alguma coisa.
ResponderEliminarEste Natal faltou-nos a iluminação de Natal na aldeia.
Será que da camara não sobraram nenhumas luzes para Pechão?
Ou será que o senhor Leal nos trata como olhanenses de segunda?
O Olho Vivo
Pechão, é e será sempre uma freguesia de 1ª, pois até já teve,em tempos, uma uma farmácia,que servia os pechanenses.
ResponderEliminarmas depois, veio o Ria Shoping,e a ganância do 2º papou-nos a Farmmácia! e agora é mais uma farmácia de Quelfes.
Boa Noite D.Arlapa, espero que tenha passado um bom Natal na medida do possível.
ResponderEliminarSobre as doçarias que você faz referências felizmente na minha família ainda há quem as faça muito bem feitas e ainda bem pois essas coisas felizmente não se fabricam nos modelos e pingos doces,tem de ser feitas com amor e paixão.e em Pechão ainda há quem as saiba fazer muito bem, cada vez menos mas ainda se come muita coisa boa.
O pior é quando essas pessoas desaparecerem e os seus descendentes não aprenderem esses segredos ,como é o meu caso, que bem me esforço,para aprender o segredo, mas a massa sai sempre dura,ou aguardente a mais ou força a menos para amassar a dita massa.
Mas tenho fé que a CMO que se diz é muito amiga dos cidadãos, e o seu presidente que pregoa, está sempre ao nosso lado,ainda se lembre de aproveitar,a sabedoria dos nossos cidadãos e promova um curso de doçaria tradicional olhanense,e quem sabe, se lembrem de certificar alguns dos nossos produtos,á imagem do que Aljezur,fez com a batata doce.
Em tempo de crise é que é preciso dar azo à imajinação,e descobrir novos atractivos,para que as pessoas nos venham visitar,pois não é patrocinar um hotel de 5 estrelas,construído a 30 metros de uma ETAR que cheira mal que se farta, e onde a estadia custa pra cima de um dinheirão que traz pessoas à cidade e ao concelho.
Olhe D.Arlapa passe deste ano velho pró novo com saúde,e prepare-se para o novo ano, com coragem pois as verdadeiras propoções da crise ainda estão para vir.
Floripes
ResponderEliminarÉ sempre um prazer recebe-la nos meus modestos aposentos. Quanto à sua opinião, não posso estar mais de acordo. Só me resta assinar por baixo e, desejar um bom ano para si, e para todos os que têm a pachorra de passar por aqui.
D. Arlapa fique sabendo que considero os seus aposentos dos melhores do concelho,pelos menos é isenta e fala de problemas que afectam as populações.
ResponderEliminarEmbora eu não sendo da freguesia de Pechão muito me apraz visitá-la assiduamente, sempre com prazer renovado.
Espero que a sua casa, se mantenha assim, durante muitos,e muitos anos,pois casas como a sua, fazem falta à parca democracia portuguesa.
Bom ano (dentro do possível), para si e para todos os fregueses de Pechão, são os meus desejos.
Muito e muito obrigada.
ResponderEliminarNÃO É ISTO ENTERNECEDOR?
ResponderEliminarA D.Arlapa Anfitriã Pechanense, defensora do boculismo rural, e A Floripes Figura Mitológica do nosso concelho, celebre por comer os corações aos homens que por ela se apaixonavam, aqui "trocando galhardetes"!
Aqui ficam os votos de que o nôvo Ano que se aproxima vos traga as maiores venturas; Assim como para:
O SR. Osvaldo Granja,
O Lima
A Ana Sousa
O Observador
A Vanda
O Sabino Pereira
O Olho Vivo
e a todos os outros que de uma maneira ou de outra têm participado.
O amigo Lizard é um dos notáveis fregueses deste estabelecimento. Paga a pronto, e tem sempre troco para qualquer moeda. E mesmo quando é apanhado desprevenido, salda a dívida na volta do correio. Um verdadeiro gentleman. Para si, e para todos os que passam por aqui, reitero os meus votos de um bom ano novo. Espero e desejo, mas todos temos de fazer por isso. Uns mais que outros.
ResponderEliminarPara o amigo Lizard, os meus sinceros votos de um Feliz Ano Novo e que continuo a comentar no seu estilo peculiar tudo o que achar por bem comentar, mesmo que haja quem não goste.
ResponderEliminarPara todos os outros também os votos dum Feliz Ano Novo e principalmete saude para que possamos continuar a encontrar-nos,nem que seja aqui na casa da D, Arlapa, para quem eu envio um muito obrigado pela oportunidade que nos dá, a todos aqueles que de boa vontade e sem cinismos comentam os artigos aqui expostos.
Para todos um FELIZ ANO NOVO.
Osvaldo Granja