A saturação dos fins de dia
No dia em que o amor está de férias e o bom senso meteu
folga, a sereia virou adamastor. Saiu do carro, furiosa, a despejar carradas de
ódio como se estivesse a iniciar uma declaração de guerra. Ele, cabisbaixo, apreensivo,
a escolher cuidadosamente um lugar seguro para pôr os pés num terreno a abrir
fendas. Acometida de uma embriaguez emocional, o martelar das palavras carregadas
de crueldade sucediam-se, tão contundentes como embaraçosas. Estranhamente
calmo tropeçando na sua culpa, tentou içar a bandeira branca, mas à primeira
silaba recebeu como resposta, uma saraivada de balas em forma de hostilidade que
lhe retirou qualquer hipótese de armistício. Desistiu, olhou para o relógio
como se estivesse a cronometrar os disparos, e virou-lhe as costas, deixando-a
a falar sozinha. Aturdido, ainda sem saber onde encaixar-se no vazio inesperado
e já com a chave na fechadura, ouviu: “ Não tenho fome, vai comprar o jantar
para os miúdos”.
Arlapa...velha marafada
ResponderEliminarIsto é um filme já visto ou está na expetativa de ver?
O olhovivo
ó tia arlapa essas discussões acabam sempre numa noite tórrida de amor
ResponderEliminarMas como e que a dona sabe dessas coisas ?
ResponderEliminarEnquanto rego as flores ouço e vejo muita coisa. Sabe como são as mulheres, principalmente as mais idosas, pelam-se por uma boa fofoca.
ResponderEliminarSegunda-feira na junta de freguesia a noite novo episodio.
ResponderEliminarnão perca.
D. Arlapa, esclareça-me uma coisa, circula por aí a versão que a senhora censura alguns posts , será verdade??Não a tinha por isso atendendo até à tradição antifascista de si e de sua família.
ResponderEliminarÉ verdade. "A nossa liberdade acaba quando começa a dos outros".
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