terça-feira, 20 de agosto de 2013

Candidata a um lugar no céu



De uma cortesia celestial. Age com o sentido de dever para preservar a tradição da família. Rege-se pelos códigos dos seus antepassados e move-se em passos iguais e vagarosos. As mãos ossudas e lavradas denunciam o trabalho na terra, e a coragem as lides da vida do campo. Não dá importância às ratazanas e trata as osgas por tu. Conhece o perfume da terra, das árvores, e o poder devastador do sofrimento. Por isso, trabalha com uma insofrida paciência, e mesmo quando soletra aquele sorriso infantil as mágoas estão alojadas nas entrelinhas. Uma vida de solidão sem som nem legendas. Será que o silêncio ouve-se no céu?

Sem comentários:

Enviar um comentário