A
azáfama começava ao pôr-do-sol mas era ao entardecer que se adensava. Os
jumentos, obedientes e pacientes. As albardas de palha. As peculiares cangalhas
de madeira e os indispensáveis cântaros de barro. Braços fortes, fracos, mas
sobretudo enfezados, manejavam com perícia cordas atadas a baldes de zinco num
sobe e desce frenético. Esculpiam sulcos no gargalo do poço e embutiam esgares
de sofrimento em feições enrugadas. Numa curiosa mistura de angústia e
felicidade, praguejávamos com o burro, o tempo, o rame-rame e o raio da sina que nos havia de calhar. Desabafos em ajuntamentos
de afecto que o tempo levou. Um vida a preto e branco.
Desculpe D. Arlapa, mas a foto é do poço do Lagar.
ResponderEliminarEm todo o caso, obrigado por nos fazer recordar outros tempos.
Canal História
Mea culpa.
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