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Sexta-feira, 14 de Fevereiro de 1969. Faz hoje 42 anos. Noite de filme português na televisão. Os adereços alusivos ao Carnaval suspensos na sala do C. O. Pechão, formavam um halo gigante sobre os bancos apinhados de sócios e de entusiasmo. As gargalhadas provocadas pelo Vasco Santana e o Ribeirinho faziam prever uma noite perfeita.
De repente, tudo se alterou, as serpentinas começaram a enrolar-se, os balões a estrebucharem e os bancos a tremerem. A Senhorinha, esposa do Manuel Caiador, desmaiou ao constatar o sismo. O descontrolo contagiou-se e o pânico instalou-se. No meio da agitação, emergiu o director de serviço, José Nunes. Escudado no seu porte e poder atlético, contornou os obstáculos, deu um safanão no medo e foi o primeiro a pôr-se a salvo. Para depois, junto à porta de saída, desimpedir e ordeiramente ajudar os sócios a sair.
Era noite e fazia frio. Temendo a má sorte e em semblante funesto, o regresso a casa fez-se com o coração nas mãos, a oração entre dentes e o pensamento nos ausentes.