Antigamente, no tempo da indigência, as esmolas durante a missa cingiam-se apenas a moedas. A eleita para a recolha das esmolas estendia o balaio e as curiosas os olhos. No tempo do Padre Castro a minha tabela era 5 tostões. Mas derivado a um olhar reprovador de uma senhora fina, dupliquei a parada.
Algum tempo depois para evitar, olhares e constrangimentos, o balaio foi substituído por uma bolsa. Introduzia a mão e depositava a moeda dentro da bolsinha. Assim, a contribuição ficava no segredo de Deus e na posse do Padre.
Mais tarde, com a chegada da inflação e da ambição, voltou o balaio e voltaram as olhadeiras de soslaio. Em consequência, mesmo circundado pelo silêncio, já me tocou um comentário pouco abonatório sobre o meu ofertório de 50 cêntimos. O que me deixou um pouco incomodada e muito embaraçada.
No passado Domingo recebi um envelope vazio para, devolvê-lo na próxima missa com a oferta para a Festa de São Bartolomeu. Um envelope pressupõe notas. As notas estão escassas mas, Festa é Festa e sempre dei a minha contribuição. Só estou um pouco indecisa quanto à quantia que vou meter no envelope. Se fosse uma bolsinha, tudo era mais fácil.