segunda-feira, 31 de março de 2014

Tenho medo...


… desta geração de políticos, peças de máquinas partidárias especializadas em ganhar eleições. E chegados ao poder, cavam trincheiras, interrompem o caudal do rio e formam charcos estagnados onde proliferam e dominam. Desumanizam-se. Insensíveis ao choro dos inocentes, são fortes perante os fracos, mas submissos perante os fortes. É um desconforto danado chegar à conclusão que o governo se encontra no lado errado. Tornei-me imune, mas não indiferente, à forma como dominam e manipulam as palavras, essas gueixas submissas, que nos enchem de calor e esperança, mas gelam-nos e enfurecem-nos quando confrontadas com a realidade. Tenho muito medo de não sermos suficientemente fortes, capazes de dar as mãos, eliminar os charcos e deixar o rio fluir

segunda-feira, 3 de março de 2014

A Auditoria



 
Via Bate - Estacas
Enquanto no reinado de Francisco Leal se clamava inocência, e acusava a oposição, de conluio, má-fé e irresponsabilidade, a oposição apresentou factos, esgrimiu argumentos, e redigiu denúncias contra práticas pouco edificantes da gestão Camarária. Insistiu e persistiu na necessidade de uma averiguação independente às contas da C. M. Olhão. Verdade seja dita, conseguiram passar a mensagem, e interiorizaram nas pessoas (eu incluída) a necessidade de mudança; lisura de processos e transparência na aplicação dos dinheiros públicos. Resultado, o PS perdeu a maioria, e a verdade ganhou a oportunidade de ser revelada. 

Passados quatro meses, consta que apesar de deterem a maioria, os partidos da oposição divergem sobre o que anteriormente os unia: a auditoria. Por mim, é indiferente que chegue pela mão do partido A, B, ou C, o essencial é que chegue, e quanto mais cedo melhor. Os eleitores merecem saber quem fala verdade e quem mente.

Fico perplexa, perante a incapacidade das pessoas não perceberem quando devem ser competitivas, ou quando devem cooperar. Mais, considero-os inteligentes e desempoeirados e vê-los patinar num pântano de suspeição, deixa-me desolada. E danada, por ter de dar razão à minha vizinha, quando ela diz: “ Ó ingénua, quando estão de fora são todos muito bons, mas quando se apanham no poleiro são todos iguais.”